O MPT manifestou-se hoje contra a proposta de voto eletrónico devido ao imenso risco de viciação das eleições. A reação surge após José Manuel Rodrigues ter defendido que esta opção tem como benefícios: acelerar a contagem e o apuramento de resultado, e dispensaria todo o dispositivo para transportar os boletins e demais documentação antes e depois do ato eleitoral.
"Uma mesa de voto de cinco elementos nomeados por diferentes partidos no máximo consegue viciar umas centenas de votos, mas mesmo assim iria-se notar a discrepância com as outras mesas de voto. Um programa informático pode viciar todos os votos (obviamente, não viciaria todos para que os resultados parecessem credíveis)", disse o Coordenador da Comissão política do Partido da Terra Madeira, Valter Rodrigues, citado em comunicado de imprensa.
Para o MPT, "o Governo iria contratar uma empresa para construir o voto eletrónico. Ela seria escolhida pelo preço mais baixo... mas essa empresa poderia viciar o próprio programa obtendo o lucro com a venda de resultados eleitorais. Só duas ou três pessoas é que saberiam que os resultados estariam a ser inquinados. Compare-se com o aparato necessário (da ordem das dezenas de pessoas para não dizer centenas) para aldrabar os votos numas eleições com papel".
Segundo este partido, "mesmo que essa empresa não vicie o programa, existem hackers que o conseguiriam fazer: uns pela paixão a um partido e outros por dinheiro. Numas eleições regionais os orçamentos dos principais partidos é da ordem de milhões. Algum político poderia decidir investir em aldrabar os resultados pois o proveito seria mais certo que investir em publicidade junto do eleitor."
"Ao contrário do que pode parecer-lhe, o voto eletrónico pode também obrigar a uma deslocação às mesas de voto, pelo que pouco se teria a ganhar com esta solução. Os estudos não demonstram que mais pessoas passam a votar se o voto for pela internet", conclui o MPT.
Redação