Num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios e no seu espaço de comentário no ‘Jornal da Noite’ da SIC, Luís Marques Mendes defende que as suspeitas de corrupção devem ser investigadas, mas questionou o “aparato” em torno das buscas efetuadas na Madeira e em vários pontos do país que já levaram ao anúncio das saídas de Miguel Albuquerque do Governo Regional e de Pedro Calado da Câmara do Funchal.
“Investigar, muito bem. Investigar suspeitas de corrupção, sem dúvida. Investigar todos, naturalmente. Ninguém está acima da lei. Mas há duas questões a esclarecer: porque é que houve tanto aparato, até com o envolvimento da Força Aérea? Porque é que houve jornalistas avisados previamente das investigações?”, questiona o ex-presidente do PSD. “Dois ex-PGR, Cunha Rodrigues e Souto Moura, pediram explicações. O que não é habitual. Alguém tem de esclarecer.”
Marques Mendes defende ainda que Miguel Albuquerque “fez bem” ao decidir deixar o cargo de presidente do Governo Regional, mas considera que “agiu tarde”.
“Devia ter saído mais cedo e por sua iniciativa. Saiu mais tarde e empurrado pelo PAN. A minha opinião é que o presidente do Governo não tinha alternativa. Tenho estima pessoal por Miguel Albuquerque. Mas politicamente não lhe restava outra solução”, aponta o ex-ministro e antigo líder dos social-democratas.