O Funchal recebeu esta semana mais de 50 jornalistas, educadores e participantes séniores para a conferência internacional de jornalismo, dedicada à literacia mediática e educação digital para a população idosa.
Especialistas de Portugal, Itália, Turquia, Polónia, Bielorrússia e Áustria discutiram os resultados do projeto ‘BonJour!’, implementado pela Associação My Madeira Island em parceria com a SocioHabita Funchal e cofinanciado pelo programa Erasmus+ da União Europeia.
Durante o evento, foram apresentados os resultados das oficinas locais para séniores dinamizadas pela SocioHabita Funchal. Os grupos dos quatro centros comunitários do Funchal, sendo eles Galeão, Cruzes, Quinta Josefina e Quinta Falcão, partilharam experiências e aprendizagens de “ser jornalistas por um dia”, com participantes entre os 52 e os 90 anos apresentando videorreportagens, artigos de notícias e vídeos sobre prevenção de burlas online.
A conferência integrou também a apresentação da plataforma digital ‘BonJour!’, que disponibiliza um curso online sobre literacia mediática, verificação de factos e segurança digital. Seguiu-se um workshop sobre cibersegurança conduzido pelo especialista Paulo Vasconcelos, e um painel de debate sobre notícias falsas e responsabilidades na comunicação, com a participação da jornalista Iolanda Chaves, do consultor de comunicação António Macedo e de Paulo Vasconcelos, num painel moderado por Andreia Jesus, da SocioHabita.
A intervenção de Ana Clara Vieira Mendonça e Silva, da Direção Regional para as Políticas Públicas Integradas e Longevidade, trouxe exemplos práticos que incentivaram o público a continuar a aprendizagem ao longo da vida.
Os oradores principais abordaram ainda o papel do jornalismo em contextos adversos. Dzmitry Yahorau, jornalista da Bielorrússia, falou sobre a perseguição a jornalistas e manifestantes na palestra ‘A Liberdade de Expressão como Saúde Pública’, enquanto Mykola Chernotytsky, presidente da emissora pública ucraniana UA:PBC, sublinhou a importância do pensamento crítico em tempos de guerra da informação.
“Os jornalistas trabalham para a comunidade. E uma comunidade harmoniosa e saudável precisa de jornalismo profissional. Estamos orgulhosos de poder trazer estas discussões importantes para a Madeira”, afirmou Anastasia Mazur, presidente da Associação My Madeira Island.