Com a aquisição de um sistema de imagem com microscopia e de um espetrofotómetro de absorção atómica, o Governo Regional através da Secretaria Regional de Mar e Pescas concluiu o "apetrechamento" dos laboratórios da Direção Regional do Mar (DRM). Estes dois últimos equipamentos, resultam a de um investimento a rondar os 100 mil euros, fixando em 340 mil euros o valor total dos equipamentos adquiridos para a rede de laboratórios da DRM.
"É um investimento importante, que vem aumentar a nossa capacidade de resposta ao nível da amostragem, análise e investigação, valorizando a qualidade do nosso pescado", afirma o secretário regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha, lembrando que antes deste investimento o setor era servido por apenas um laboratório, agora conta com cinco unidades: dois de biologia pesqueira e três de química e bioquímica.
Conforme dá conta uma nota enderaçada às redações, "este equipamento vem tornar possível a deteção de peixe contaminado com ciguatoxinas, que são responsáveis pela intoxicação alimentar denominada ciguatera, que provoca problemas graves de saúde. Até agora, e com base em testes realizados em pescado capturado nas Selvagens, a descarga de charuteiros com peso superior a 10 quilos é proibida na Madeira. Uma medida preventiva que impede a entrada de pescado potencialmente contaminado na cadeia comercial, evitando a intoxicação dos consumidores".
Com os laboratórios equipados, "a abordagem à ciguatera passa a ser diferente, com o pescado a ser analisado, de forma a que o que não estiver contaminado entre no mercado para ser comercializado e consumido", com vantagens para a saúde pública, com a garantia de qualidade e segurança para consumo e para a questão económica, "pois o charuteiro tem um valor comercial elevado e vai poder ser comercializado em segurança".
Alguns destes equipamentos laboratoriais são únicos na Região, e dada a localização dos laboratórios, junto à Lota do Funchal, e articulação com a Direção Regional de Pescas "permitem celeridade nas respostas".
"Esta rede de laboratórios totalmente equipada, vem valorizar o nosso pescado e ao mesmo tempo garantir a sua qualidade junto dos consumidores", destaca Teófilo Cunha, acrescentando: "Abre, e tem aberto, a porta para a integração da Madeira em projetos de investigação internacionais, representando uma enorme mais-valia em termos de conhecimento".
"Além da análise e amostragem do pescado capturado para fins de consumo, os laboratórios da DRM têm um papel importante na análise dos recursos marinhos das águas regionais, contribuindo para uma melhor gestão dos stocks de pesca e maior capacidade negocial da Região junto das autoridades internacionais do setor piscatório", remata a nota.
Redação