O Governo Regional prevê a criação de 349 lugares nos Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, distribuídos por 137 lugares em respostas residenciais, 200 em respostas domiciliárias e 12 em internamento na Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos.
A informação foi partilhada esta quinta-feira pela secretária regional da Saúde e Proteção Civil, Micaela Freitas, na sessão de abertura da 11.ª edição das Jornadas de Saúde Mental e Psiquiatria, que decorrem sob o tema ‘Inovação e Cuidado: Desafios na Saúde Mental’.
Segundo a governante, 149 dos 349 lugares previstos já estão contratualizados (representando cerca de 6,3 milhões de euros), no âmbito do PRR. Além disso, os 200 das equipas domiciliárias em saúde mental, que serão contratualizadas muito em breve, correspondem a quase meio milhão.
Estes números integram a meta global de 1.080 lugares definida para a expansão, desenvolvimento e melhoria da REDE.
“Não há saúde sem saúde mental”
Na sua intervenção, Micaela Freitas assinalou a importância do Dia Mundial da Saúde Mental, que amanhã se assinala, destacando o papel da Casa São João de Deus, “parceiro de longa data na organização destas jornadas”.
“A saúde mental é um dos maiores desafios do nosso tempo, mas também uma das maiores oportunidades para construirmos uma sociedade mais justa, mais solidária e humana. Hoje, mais do que nunca, afirmamos que não há saúde sem saúde mental”, realçou.
A secretária regional frisou que a Madeira tem vindo a desenvolver “uma política integrada que coloca a pessoa no centro dos cuidados”, reforçando o trabalho em rede entre o SESARAM, as Casas de Saúde Mental, o IASAÚDE, as autarquias e as instituições sociais.
“Esta cooperação é um exemplo de como o setor público e o setor social podem trabalhar lado a lado, partilhando recursos, conhecimento e humanidade”, afirmou.
Micaela Freitas destacou ainda o papel das três Casas de Saúde Mental da Região, que têm desempenhado “um papel insubstituível na resposta psiquiátrica e psicossocial”. Através dos acordos de cooperação com o Governo Nacional, estas unidades asseguram o funcionamento de cerca de 800 camas, que só no primeiro trimestre deste ano beneficiaram 1.375 doentes.
A governante relevou, de igual modo, a importância da Task Force Regional para a Prevenção e Redução de Comportamentos Aditivos, que tem praticamente concluída a estratégia regional neste âmbito para o período 2026-2030 e que será apresentada ainda este ano, conforme avançou o JM na semana passada.
“A saúde mental exige mais do que tratamento, exige prevenção, exige proximidade e exige literacia, nas escolas, nos locais de trabalho, nas famílias e nas redes comunitárias. É por isso que continuaremos a apostar em equipas multidisciplinares, em programas de prevenção do suicídio, no combate ao estigma e na valorização da saúde emocional desde a infância”, garantiu.
No final, Micaela Freitas deixou uma palavra de reconhecimento aos profissionais da área — psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas e irmãos das Casas de Saúde — e reafirmou o compromisso do Governo Regional de continuar a investir numa rede de saúde mental integrada, moderna e humana.
“Queremos uma Madeira que cuida da mente com o mesmo empenho como cuida do corpo, uma Madeira que acredita que cuidar da saúde mental é cuidar do futuro”, remata.