O deputado do Chega eleito pela Madeira criticou ontem a proposta de Orçamento de Estado para 2026, considerando que esta “falha vergonhosamente para com a Região”, e classificando o documento como “uma mão cheia de promessas quebradas e zero respeito pela autonomia”.
No debate com o primeiro-ministro Luís Montenegro, Francisco Gomes acusou o Governo da República de “incumprimento sistemático” em relação a compromissos que, diz o deputado, “o documento ignora”, como a ligação marítima com o continente, o segundo meio aéreo de combate a incêndios, as viagens aéreas a valor fixo, a recuperação das esquadras policiais e do estabelecimento prisional, bem como a criação de subsídios de insularidade para os militares e membros das forças de segurança.
“Este orçamento é uma fraude política contra a Madeira. Luís Montenegro falou em respeito, compromisso e desenvolvimento, mas o que trouxe foi nada. Nada para o ferry, nada para os bombeiros, nada para a segurança, nada para a mobilidade, nada para a Madeira. É um orçamento de covardia e de joelhos perante Bruxelas”, disse o deputado, citado numa nota dirigida à comunicação social, esta terça-feira.
Francisco Gomes acusou ainda o Governo de tratar a Madeira como “província subordinada do continente” e o PSD de “usar a autonomia como slogan eleitoral” ao mesmo tempo que “bloqueia todas as medidas que dariam dignidade financeira e económica à Região”.
O parlamentar também reforçou a garantia de que o Chega vai apresentar “mais de duas dezenas” de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para defender a Madeira, “exigindo respeito institucional, coesão territorial e justiça económica para a Região”.
“Enquanto houver um madeirense injustiçado, o Chega continuará aqui. Não aceitamos esmolas nem silêncio submisso. Estamos aqui para defender a Madeira de cabeça erguida contra o centralismo de Lisboa”, concluiu.