No seu habitual 'ponto de ordem', o autarca de Santa Cruz Filipe Sousa afirmou já ter ponderado "por diversas vezes" sair da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM) por entender que aquele "organismo não tem desenvolvido o papel essencial que poderia ter naqueles que são os interesses comuns das autarquias."

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, eleito pelo Juntos Pelo Povo, entende que a AMRAM, "neste momento, está transformada numa agência de formação e num passeio de vaidades", estando, portanto, "muito longe daquela que deveria ser a sua missão na defesa conjunta dos problemas, anseios e legítimas lutas dos municípios."

Especifica no mesmo texto que o mais recente "desânimo" surgiu esta semana "ao ouvir o Dr. Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal e presidente da AMRAM, declarar que a Madeira está 'um passo à frente' na evolução para as cidades inteligentes e sustentáveis, em relação ao todo nacional, graças à proximidade com o Governo Regional, lembrando, como exemplo, o investimento de 12 milhões de euros no cabo submarino EllaLink."

"O meu colega autarca falava das Smart Cities, e nada tenho contra, mas antes de ser Smart, é preciso ser inteligente em bom português", escreveu ainda, justificando com o facto de que "os municípios no seu todo têm ainda problemas graves para resolver mesmo no âmbito da sustentabilidade". O edil refere-se, por exemplo ao "problema transversal" das perdas de água, que Pedro Calado "ignora".

Para além disso, relembra que "nem todos os municípios beneficiam da dita proximidade com o Governo Regional" numa "democracia à moda do PSD" em que "só beneficiam os que são do mesmo partido".

Face ao descrito, Filipe Sousa diz estar "cada vez mais" convencido de que "nada se ganha por estar dentro da AMRAM, a não ser legitimar propaganda política e lutas pessoais pelo poder."

Catarina Gouveia