MADEIRA Meteorologia

Encontrar respostas mais eficazes para os “novos velhos”

Data de publicação
12 Abril 2024
16:22

Encontrar mecanismos, criar uma comissão de Proteção dos Idosos e concretizar as políticas de longevidade de forma que seja possível responder aos desafios da atualidade face aos “novos velhos”, que “são uma riqueza incalculável” que nem sempre é aproveitada.

Estes foram alguns dos pontos defendidos, esta tarde, na conferência ‘Os Novos Velhos, organizada pela Garouta do Calhau e pela Câmara Municipal do Funchal, no Colégio dos Jesuítas, que procurou refletir e chamar a atenção para a necessidade de se discutir sobre as políticas de longevidade.

Mariana Pinto da Cruz, da direção da Garouta do Calhau, constata que já existe muitas políticas pensadas e que, por isso, o próximo passo passa pela concretização e regulamentação das mesmas, até porque “são essenciais para dar condições de vida, de acessibilidade e bem-estar às pessoas que, por força da idade, vão precisando desses auxílios”.

Note-se que os “novos velhos”, idosos com 65 anos ou mais, correspondem, na Região, a cerca de 20% da população residente – 52 mil pessoas -, conforme referiu, na ocasião, Ana Clara Silva, diretora regional das Políticas de Longevidade.

Já António Saraiva, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), orador no evento, considera que o principal desafio passa por encontrar mecanismos e legislação que respondam e se adequem aos novos tempos, através de uma sociedade civil munida de estruturas que criem condições para, com dignidade, continuar a dar-lhes um papel ativo na sociedade.

“É preciso que quer o Estado quer as entidades civis encontrem formas de responder com eficácia a este desafio (...) é preciso respostas diferentes, mais eficazes e adequadas”.

Esteve também presente José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, o qual defendeu a criação de Comissões Municipais de Proteção dos Idosos, à semelhança do que já acontece, “com sucesso”, com as crianças e os jovens.

Para o presidente do parlamento madeirense, trata-se de um problema real “que tem tendência a ser ignorado” pela sociedade e pelos decisores políticos e legislativos. E deixou um alerta: “A Madeira está a caminho de ser, dentro de algumas décadas, a Região mais envelhecida de Portugal”, indagou, defendendo, por isso, a necessidade de voltar a haver “um contrato de confiança e de solidariedade entre todas as gerações”.

Usou também da palavra Cristina Pedra, presidente da Câmara Municipal do Funchal, que relevou as políticas de longevidade levadas a cabo pela autarquia, lembrando uma das medidas que a edilidade pretende implementar, ainda no decorrer deste mandato, para os mais velhos. Trata-se de um apoio para o transporte, neste caso, de táxi, destinado a pessoas com 75 anos ou mais.

“Será um valor até 20 euros por mês para que possam sair do seu isolamento e possam ir ao que precisarem. O fomento é mesmo apoiar para que saiam e convivam”, elucidou.

Outra oradora foi Fátima Campos Ferreira, jornalista e coordenadora do debate ‘Prós & Contras’, que, na ocasião, realçou a responsabilidade que cada um detém no envelhecimento.

“É imperativo que aceitemos o envelhecimento”, vincou, entendendo que a responsabilidade de cada um é a transmissão conhecimento de uns para os outros.

“A grande vitória sobre o tempo é a memória. É aquilo que nos transporta para o futuro (...) Uma criança hoje tem de nascer com esta dinâmica do passado, esta dinâmica da memória muito presente. É inacreditável irmos comemorar o 25 de abril e a maior parte de os cidadãos portugueses não saberem quem foram as principais figuras dessa data”, aponta, defendendo que a idade é uma grande oportunidade de conhecimento.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda que Portugal deve “pagar custos” da escravatura e dos crimes coloniais?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas