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Embaixador de São Tomé e Príncipe prevê revisão de acordos com a Madeira

Data de publicação
20 Junho 2025
14:57

O embaixador de São Tomé e Príncipe em Lisboa, Esterline Género, esteve esta manhã reunido com a secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, na sede da tutela, no Funchal.

Esta foi a primeira visita oficial do diplomata à Região Autónoma da Madeira no exercício deste cargo, num encontro que se centrou em temas de cooperação bilateral, integração da comunidade santomense residente na Madeira. À margem da reunião, Esterline Género adiantou ao JM e à Antena 1 Madeira que está prevista a revisão de acordos de colaboração com entidades regionais.

Entre os protocolos em análise, destacam-se os que envolvem a Escola Hoteleira da Madeira e a Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa. “É bem provável que haja novos acordos com a Escola Hoteleira. Há interesse de ambas as partes para que isso aconteça. Falta apenas rever e acertar tudo o que tem de ser acertado para a sua assinatura”, explicou.

A expectativa é que até outubro todos os acordos estejam “revistos, assinados e atualizados”, contribuindo para “reforçar uma política de inclusão e integração ainda mais robusta e eficaz”.

O diplomata aproveitou ainda para elogiar a integração dos cerca de 334 cidadãos santomenses residentes na Região (dados de dezembro de 2023), sobretudo nas áreas do turismo e hotelaria, tanto na Madeira como no Porto Santo.

Sobre a polémica que envolveu, há alguns meses, estudantes santomenses na Escola Hoteleira, devido às condições oferecidas, o embaixador garantiu que “foi uma situação pontual” e que “rapidamente se esclareceu”. “Hoje posso dizer que, das 23 nacionalidades na ilha da Madeira, São Tomé e Príncipe já consegue estar no top dez, e o feedback de ambas as partes é encorajador”, afirmou.

Mais adiantou que, para apoiar a comunidade local, uma equipa consular foi destacada do continente para tratar de atualizações de passaportes, bilhetes de identidade e inscrições consulares, evitando deslocações desnecessárias ao continente. “Estão todos devidamente legalizados na ilha da Madeira”, garantiu.

Esterline Género reforçou ainda que o governo santomense quer que os seus cidadãos estejam integrados, colaborativos e respeitadores das leis locais. “Se escolheram a Madeira, quer dizer que estão aqui bem. Que gostam da ilha e, aliás, é impossível um santomense não gostar da Madeira porque há muitas semelhanças entre as nossas realidades”, aponta.

A propósito dos laços entre as ilhas da Macaronésia, o diplomata defendeu uma maior atenção ao fenómeno da insularidade e apelou à criação de políticas públicas ajustadas, nomeadamente no que toca aos custos de transporte aéreo. “O valor que acresce a essa atividade deve ser equacionada. (...) e se não tivermos em consideração no sentido de encontrar políticas públicas que ajustam a essa realidade, algo fica para trás”, alertou.

Por sua vez, a secretária regional Paula Margarido destacou o simbolismo do encontro, recordando o seu envolvimento anterior com São Tomé enquanto deputada na Assembleia da República. “Era a vice-presidente do Grupo Parlamentar de Portugal e São Tomé e Príncipe e foi nessa sequência que conheci o senhor embaixador”, elucidou.

A governante sublinhou ainda o contributo dos estudantes santomenses na Região. “São jovens que vieram estudar e que, entretanto, se inseriram no mercado de trabalho e que estão efetivamente a auxiliar os empresários no exercício das suas funções de darem um turismo de qualidade a quem nos procura”, salientou.

Relativamente à eventual receção de novos estudantes santomenses, Paula Margarido garantiu que o Governo Regional está empenhado em assegurar condições dignas. “Queremos muito que qualquer tipo de estudante procure a nossa região para que, numa resposta adequada do ensino universitário, possa desenvolver a sua atividade de estudante, porque é sempre bom os nossos estudantes madeirenses terem também contacto com colegas de outras nacionalidades”, frisou, assegurando que “qualquer estudante que aqui chegue tem de ter as necessárias condições, quer habitacionais e socias”.

A secretária regional reforçou ainda que “nenhum protocolo” é assinado sem acautelar todas as variantes necessárias para garantir “uma vida universitária digna” para todos os estudantes internacionais.

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