A introdução de uma taxa de acesso às Piscinas Naturais da Poça das Lesmas gerou um intenso debate, especialmente após críticas do presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, Emanuel Câmara, que afirmou não ter sido consultado sobre a decisão.
No entanto, o presidente da Junta de Freguesia do Seixal, Xavier Castro, defende a medida e esclarece que esta decisão visa garantir a sustentabilidade do espaço, respondendo àquilo que o presidente da Autarquia adiantou ao JM, na sua edição impressa desta sexta-feira.
O acesso “continua gratuito para os residentes da freguesia, garantindo que a comunidade local mantém o usufruto livre do seu património”. Apenas os visitantes “externos estão sujeitos à taxa, algo que já acontece noutras zonas da Madeira e em muitos destinos turísticos,” sublinha Xavier Castro, reforçando que o objetivo é equilibrar a preservação do espaço com a geração de receitas para a freguesia.
O autarca lembra ainda que a Câmara Municipal de Porto Moniz teve a oportunidade de assumir a gestão do local, mas recusou.
“Durante 12 anos, a Câmara nada fez para aproveitar o potencial deste espaço. Não houve qualquer projeto para gerar receitas próprias que beneficiassem o concelho,” critica Castro, apontando para o que considera ser uma falta de visão estratégica do executivo municipal.
Face a esta inércia, a Junta de Freguesia do Seixal decidiu avançar com a gestão das piscinas naturais, garantindo a sua manutenção e transformando-as numa fonte de investimento para a comunidade.
“Esta decisão foi aprovada por unanimidade na Assembleia de Freguesia, incluindo os votos do Partido Socialista. Isso demonstra que há um consenso político sobre a sua importância,” frisa o presidente da Junta.
Xavier Castro também questiona a posição do presidente da Câmara Municipal, lembrando que as piscinas naturais do Porto Moniz já cobram entrada aos visitantes.
“Se o senhor presidente considera injusto cobrar acessos, porque é que não dá o exemplo e isenta todos os residentes do concelho de pagarem para entrar nas piscinas de Porto Moniz?” questiona.
O autarca do Seixal salienta que todas as receitas geradas serão reinvestidas na freguesia. “O nosso compromisso é claro: este dinheiro será aplicado na educação, na criação de postos de trabalho, na melhoria de levadas e veredas, na cultura e na manutenção do espaço. Estamos a trabalhar para o futuro do Seixal,” assegura.
Por fim, Xavier Castro desafia Emanuel Câmara a um encontro para debater soluções concretas.
“Se quer aprender como se fazem investimentos que criam riqueza e valorizam o território, estou disponível para uma reunião. O que não aceito é que continue a fugir desse diálogo,” afirma.
A Junta de Freguesia do Seixal reafirma o seu compromisso com uma gestão responsável e sustentável, garantindo que este património natural seja preservado e beneficie diretamente a população local.
“Não há espaço para desculpas nem para jogos políticos. O Seixal precisa de ação, não de polémicas estéreis,” conclui Xavier Castro.