A Coligação Confiança diz que o caso da cooperativa Cortel é só a “pontinha do iceberg” e afirma ter conhecimento de outras situações semelhantes, tanto no Funchal como noutros concelhos da Madeira.
“Outros casos têm-nos sido comunicados, alguns no Funchal, que estão neste momento a ser analisados pela Confiança e outros fora do concelho, de apartamentos que têm recebido benefícios, nomeadamente apartamentos construídos ao abrigo do PRR, cujos propósitos estão a ser subvertidos como aparentemente este caso foi”, disse Miguel Silva Gouveia, no final de reunião de câmara de hoje.
O vereador revelou ainda ter recebido relatos de situações de alojamento local em empreendimentos do IHM fora do Funchal, estando a Confiança a articular-se com as entidades desses municípios para apurar responsabilidades.
A coligação garante que está a acompanhar de perto todas as denúncias relacionadas com o PRR, de modo a perceber se os apoios e habitações chegam, de facto, às famílias que mais precisam.
“Este é um processo que deve servir de exemplo para que não haja tentações de voltar a vender frações de prédios pagos com fundos comunitários a quem não precisa. E é isso que nós estamos a alertar”, sublinhou.
Relativamente ao caso da Cortel, o vereador acusou o atual executivo de querer “lavar as mãos de responsabilidades”, remetendo o processo para o Ministério Público, a Autoridade Tributária e outras entidades competentes.
“Da Câmara não se espera outra coisa que não opacidade e tentativa de branqueamento de responsabilidades”, reforçou, entendendo que a CMF falhou na fiscalização de todo o processo.