A empreitada em curso no Convento de Santa Clara deverá ficar concluída em março. O presidente do Governo Regional visita o local esta quinta-feira, às 15h30.
As obras em curso visam a implementação do 'Projeto de museologia/museografia das áreas visitáveis do Convento de Santa Clara (Funchal)', iniciado em setembro do ano passado.
No âmbito desta obra, o Convento foi intervencionado a nível de conservação e restauro património imóvel, móvel e móvel-integrado, assim como no que se refere às suas coberturas e sua impermeabilização para garantia de sua preservação.
No presente projeto, foram considerados espaços para áreas expositivas, a criação de circuito de visita, a recuperação de áreas funcionais, a readaptação de espaços e a multiplicação de áreas visitáveis. E também a criação de espaço para reservas, portaria, armazenamento logístico e exposições temporárias.
Ressalve-se a conservação e restauro de um conjunto significativo de património móvel e móvel integrado, de talha, azulejaria, pintura, escultura, ourivesaria, têxteis e mobiliário remanescente do Convento de Santa Clara. Foram desenvolvidos trabalhos de composições e reconstituição de três altares de talha datáveis de meados do século XVII, que se encontravam desmontados e dos quais se desconhecia a existência.
Anote-se que nos finais dos anos 40 e década de 50 do século XX decorreram obras de vulto neste convento, incluindo demolição de capelas e mobilidade de peças.
Foram reconstituídas três capelas, de acordo com os espaços existentes, informação histórica e iconográfica, nomeadamente, a Capela de Nossa Senhora do Monte, Capela do Santíssimo Sacramento e de São Gonçalo de Amarante, que regressou à sua localização original (claustro). Dos altares reconstituídos, destaca-se o altar-mor da igreja do convento, agora montado numa sala de exposição, de grande imponência cenográfica e barroca, revelando o gosto e poder económico das clarissas no século XVII. Os outros altares remontados são o de São João Batista, da sua primitiva capela, agora numa sala de exposição, e o do Bom Jesus na Capela do Santíssimo Sacramento, no claustro, onde também se reconstituiu parte do teto.
De grande interesse, é a criação de salas de interpretação monumental, com a história do convento e das suas vivências, centrada nas clarissas sob a custódia do Convento de São Francisco, e toda a complexidade do processo de extinção das ordens, em Portugal, e suas consequências para o convento madeirense, assim como as obras decorridas ao longo dos séculos. A recriação de uma cela de freira de meados do século XVIII leva-nos para o interior do convento e para um possível entendimento do recolhimento espiritual das clarissas.
JM