O grupo parlamentar do Chega anunciou que deu entrada de um projeto de resolução na Assembleia da República que recomenda formalmente ao Governo da República a classificação do Cartel de los Soles como organização terrorista internacional.
Na proposta apresentada, o Chega recorda que este cartel nasceu na Venezuela e afirma que “mantém fortes ligações ao governo de Nicolás Maduro, envolvendo altos responsáveis políticos e militares na rede de narcotráfico”. Para o partido, “é hoje evidente que esta estrutura não se limita ao tráfico de droga, mas atua já na lógica do terrorismo internacional, desestabilizando países, financiando violência armada e corroendo as instituições democráticas”, conforme se pode ler num comunicado enviado às redações.
O partido alega ainda que a ação criminosa do cartel tem tido impacto direto em Portugal e na Europa, com toneladas de cocaína a entrarem pela Península Ibérica, em especial por portos nacionais. Esta ameaça, considera o partido, exige uma resposta firme e imediata do Estado português, em articulação com os parceiros internacionais, para que seja cortada a ligação entre o crime organizado e o regime venezuelano.
O deputado Francisco Gomes, eleito pelo Chega para a Assembleia da República, sublinha que este projeto não é apenas uma iniciativa legislativa, mas uma afirmação de princípios. Diz que o partido assume de forma clara a defesa da liberdade dos povos e recusa que Portugal fique indiferente a regimes ditatoriais e criminosos que utilizam o narcotráfico como arma política.
“Para o deputado, a luta contra o Cartel de los Soles é inseparável da luta pela libertação da Venezuela, que vive sob a opressão de uma ditadura socialista que nega direitos fundamentais e destrói qualquer perspetiva de democracia”, pode ler-se.
Na mesma nota, Francisco Gomes é citado ao afirmar que “o Chega está comprometido com a libertação do povo da Venezuela”. “Não aceitaremos que uma ditadura socialista, sustentada pelo narcotráfico e pela violência, continue a subjugar milhões de cidadãos. A Europa e Portugal não podem fechar os olhos à realidade: o Cartel de los Soles é terrorismo e tem de ser tratado como tal.”
O parlamentar acrescenta que este projeto deve servir também como teste de coerência para todas as forças políticas com assento na Assembleia da República. Considera inaceitável que alguns partidos de esquerda continuem a adotar uma postura ambígua perante um regime ditatorial, fechando os olhos às suas ligações criminosas.
“Chega de cumplicidades envergonhadas com uma ditadura criminosa. Esperamos que todos os partidos, sem exceção, aprovem este projeto por unanimidade. A defesa da liberdade, da democracia e da soberania dos povos não pode ter meias-tintas”, concluiu.