Francisco Gomes, deputado do Chega, anunciou que irá apresentar vinte propostas de alteração ao Orçamento do Estado de 2026 exclusivamente dedicadas à Madeira, argumentando que “nenhum outro partido tem a coragem de enfrentar Lisboa para defender a autonomia com seriedade e dignidade”.
Para o parlamentar madeirense, o documento apresentado pelo Governo de Luís Montenegro “ignora por completo as necessidades da Região” e “continua a tratar os madeirenses como portugueses de segunda”.
Entre as medidas que o Chega promete levar ao debate orçamental estão propostas que Francisco Gomes considera “estruturantes e urgentes” para a justiça territorial, mobilidade, economia, segurança e qualidade de vida.
O deputado revelou que o pacote de alterações que vai submeter inclui o lançamento do concurso para a ligação marítima, subsídio de insularidade para funcionários judiciais, forças de segurança e militares, viagens aéreas a valor fixo, criação do cheque-saúde para reduzir listas de espera, requalificação de esquadras, tribunais e faróis, pagamento das dívidas do Estado em sede de IRS, IRC e subsistemas de saúde e maior financiamento para a Universidade da Madeira.
Francisco Gomes acrescenta também propostas que diz serem importantes para proteger o futuro da Região, como a redução da idade da reforma em dois anos, a aquisição de um segundo meio aéreo de combate a incêndios, o reforço dos meios marítimos de patrulhamento contra a pesca ilegal, a abertura de um posto da PSP no Caniçal e a criação de uma zona de fiscalidade reduzida na Madeira com IRC a 5%, além da redução da taxa mínima de IMI para zero.
“Este orçamento volta a ignorar a Madeira e a humilhar os madeirenses”, insistiu, lançando ataques também aos restantes partidos. “Enquanto alguns se vergam a Lisboa, o Chega levanta-se pela Região e apresenta soluções concretas que dão dignidade à autonomia. Não aceitamos esmolas, exigimos respeito.”
Através de uma nota enviada às redações, Francisco Gomes garante que o Chega vai “levar esta batalha do Orçamento até ao fim” e desafiou todos os deputados eleitos pela Madeira a “mostrarem se estão do lado do povo da Madeira ou do lado da submissão partidária”.
“Quem votar contra estas propostas está a votar contra a Madeira. Está a votar contra os trabalhadores, contra os pescadores, contra os estudantes, contra os reformados e contra todos os que fazem desta Região um exemplo de esforço e resiliência”, argumentou.