A Alternativa Democrática Nacional (ADN) manifestou hoje a sua preocupação face ao futuro do turismo da Região em consequência dos acontecimentos registados nos últimos anos, defendendo que estes poderão afectar de forma muito significativa o principal setor da economia regional se não foram devidamente esclarecidos através de campanhas de promoção.
“A Associação de Promoção da Madeira, a Secretaria Regional de Turismo e Cultura, assim como todas as entidades diretamente ligadas a este importante sector, devem apostar forte na promoção do nosso destino com uma informação mais atualizada sobre os incêndios que assolaram a nossa Região e o estado de calamidade que foi decretado”, recomenda o partido em comunicado.
O partido defende esta medida “tendo em conta que a ideia que passou para o exterior foi que durante aquelas duas longas semanas, grande parte da ilha ardeu e todos nós sabemos que não foi esse o caso, pois ainda temos muitos motivos de atração turística de natureza e não só”.
Recordando “outras catástrofes, em que a prioridade das autoridades regionais foi dar para o exterior uma imagem de recuperação e ‘quase’ normalidade”, o partido liderado por Miguel Pita considera que “desta vez nota-se que estamos descurando essa necessidade, talvez em virtude do excesso de turismo atual”.
Contudo, alerta o dirigente político, tal postura “poderá ter consequências a longo prazo, pois as pessoas marcam suas viagens com cada vez mais antecedência e o nosso destino deixará de ser prioridade em virtude dessa informação não atualizada.”
“O ADN/Madeira alerta para que não temos como seguro e garantido a continuidade do sucesso que temos assistido nos últimos anos no que diz respeito a turismo, pois a nossa região tem dado sinais negativos para o exterior, tais como o excesso de construção por todos os pontos da ilha,a insegurança nocturna e ruído não controlado que é cada vez mais evidente, os problemas no aeroporto devido aos ventos e respectivos cancelamentos ou desvios de aviões, o excesso de turismo nos pontos mais importantes da ilha derivados da má organização das autoridades competentes para esse efeito, alguma inflação desmesurada a nível de preços de hotelaria e outros serviços destinados ao turista e nunca esquecer ou subestimar o factor fim da guerra entre Ucrânia e Rússia,que abrirá novamente ao mercado outros destinos como alternativa”, lê-se no comunicado.
Perante tal cenário, o “ADN lamenta que a principal prioridade do Governo Regional e Câmaras Municipais, tenha sido dar mais atenção e desviar recursos materiais e humanos para garantir as Taxas Turísticas a aplicar dentro de duas semanas na Hotelaria e Alojamento Local, assim como já no ano 2025 ao turismo de Navios de Cruzeiro, tais como outras taxas de acesso a percursos turísticos e pontos de referência, em detrimento da necessária atenção em garantir a sustentabilidade do nosso turismo durante os próximos anos, esta falta de ‘visão governativa’ poderá ter as suas consequências já no próximo ano 2025 e levará muitos mais anos a recuperar a credibilidade necessária”.