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Artigo de Opinião

28/06/2022 04:36

1. Graça Freitas reapareceu na televisão em força. E que reaparição foi a da Diretora Geral da Saúde? Foi para apresentar o Plano de Contingência da Saúde para o Verão.

Como já nada nos deve espantar, o país foi advertido para três ideias fundamentais a reter nas férias:

- as famílias não estão autorizadas a comer bacalhau à Brás, porque depois vão todas parar ao hospital e atafulham a resposta do Sistema Nacional de Saúde (SNS), o qual não tem capacidade para responder.

O problema reside nos ovos, disse a Diretora: estragam-se e as salmonelas arrasam o SNS.

Conclusão disto, o sistema de saúde português entra em pânico por causa do bacalhau à Brás e desta vez isso foi revelado em público!

- segunda ideia chave do Plano de Contingência de Portugal para este verão é a de que as pessoas não devem ficar doentes no verão!

Bem pensado. Nunca me tinha ocorrido a ideia de que, se se advertissem os cidadãos para não adoecerem, o SNS conseguia responder aos problemas de saúde dos portugueses!

- a terceira ideia chave vem diretamente ligada à anterior, uma vez que Graça Freitas anunciou, para dar confiança e fazer descansar os portugueses, que "também os nossos médicos não `tão´ lá, `tão` de férias noutro sítio qualquer. Não é uma piada de mau gosto, estou a constatar um facto. Agosto não é um bom mês para se ter acidentes e doenças".

Nada mais encorajador poderia ser dito aos cidadãos. Uma caraterização da realidade, feita pela responsável máxima da Saúde em Portugal, só pode ser levada a sério… ou talvez não?

Em suma. Vejo que os grupos de trabalho para refletir sobre os problemas da saúde em Portugal está a dar frutos. E que frutos. Ideias sumarentas e cheiinhas de ciência lá dentro!

2. O Presidente da República, em mais um pensamento profundo, deu crédito à "loucura" anterior, dizendo qualquer coisa como "cada português fará o esforço para não estar doente neste verão". Fundamentou com a ideia de que os políticos podem lembrar evidências.

O problema não está no lembrar evidências, está sim no infantilizar das pessoas que o mais alto magistrado da Nação considera normal, adequado e recomendável!

Mais ainda, com as considerações efetuadas a roçarem o patético, como pode Marcelo aceitar que tais afirmações merecem atenção e devem ser consideradas?

Das duas uma: ou já ninguém tem a noção do ridículo neste país ou então as nossas elites estão pela hora da morte.

Já agora, será que Marcelo também tem uma desculpa para o facto da Dra. Graça Freitas dizer na sua conferência de imprensa "médicos não `tão´ lá, `tão` de férias", ou "almoço `tava` magnífico"?

Se calhar, no verão "estão" passa a `tão` e "estava" passa a `tava`, como política pública de estupidificação!

A nossa pátria é a língua portuguesa! Não era?

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
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Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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