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Artigo de Opinião

24/02/2022 08:02

Estas Liberdades são, Todas, Direitos Fundamentais da Pessoa Humana. Expressam o primado Desta, ante a organização político-administrativa chamada Estado.

Por isso sou contra o primado do Estado sobre a Pessoa Humana - diferente de "indivíduo", porque considerada na sua interação permanente com a Sociedade - razão porque sou contra o Socialismo, seja este totalitário como no comunismo, ou não, e sou contra a extrema-direita.

Como Madeirense, adversário ainda mais reforçado do Socialismo.

Na medida em que ideologicamente todo e qualquer totalitarismo é contra o Direito da Pessoa Humana à descentralização político-administrativa. E porque durante quarenta e seis anos de insuficiente Autonomia Política constitucional, o partido do Socialismo não totalitário, para além da sua natureza ideológica, por enquanto e na prática comportou-se autêntico "partido de Lisboa", cumpliciando os desaforos coloniais contra o Povo Madeirense.

Os socialistas que não se queixem de o Povo Madeirense, inteligente e livremente, soberano, ter mandatado os autonomistas sociais-democratas para liderarem a Região ao longo destes anos.

Queixem-se, sim, de si próprios. Da figura que andaram a fazer todo o tempo, num território que bem continua a lutar pelos seus legítimos Direitos à emancipação.

Ora, a luta política democrática, no quadro de um Estado de Direito legítimo, também em Portugal não pode prescindir da acção pedagógico-cultural de os Partidos políticos, entre as muitas tarefas que Lhes incumbem, apresentarem e explicarem permanentemente a sua Ideologia política, adaptando-A à evolução dos tempos, com coerência eficaz.

A nível nacional, a transformação de Partidos de Ideais em "partido corporativo", que ocorre nas formações partidárias democráticas portugueses, no que cabe ao PSD teve como consequência uma desertificação político-cultural de Ideias. A par de uma errada e falhada "profissionalização laboral" de mais novos, para a carreira política.

Isto começou quando, já na década de 90, as responsabilidades de Estado exigiam e prendiam muito mais a atenção dos dirigentes políticos principais, do que a vida partidária. Ficou espaço para o desenvolvimento da inconveniência.

Do mesmo distanciamento me confesso.

De certo modo isto até ajuda a compreender a balcanização partidária que se verifica agora à "direita" do PSD. Uma pulverização ideológica que veio preencher o vazio político-cultural, desleixado e incompetentemente consentido.

E outra questão que exige reflexão e acção cuidadas, é a de obrigatória Transparência Democrática.

No início deste escrito, afirmei-me pela Liberdade de consciência, expressão, associação e reunião. Pelo que, e a propósito, tenho de respeitar também a liberdade das organizações maçónicas, ao contrário dos regimes políticos totalitários que assim não procedem.

Porém, sendo a Democracia a soberania do Povo, tal poder soberano não se pode exprimir na plenitude dos moldes a que tem Direito, se o preponderam decisões tomadas com secretismo assumido, jogos de interesses não fiscalizáveis pelo mesmo poder soberano do Povo. Este a viver enganado sobre a principal origem das decisões. Julgando ainda resultarem dos Partidos, quando advêm de secretismos que a Estes infiltraram e dominam.

Na luta pela Democracia em Portugal, logo a seguir ao 25 de Abril, "cuidadosamente" estas "sociedades secretas" estiveram "recuadas". Depois, consolidada a Democracia, é cada vez mais intenso o seu afã por ir ganhando posições dentro dos Partidos democráticos, e não apenas nos dois maiores.

Sobre o que se vem passando nos últimos vinte e tal anos em Portugal, quando dizem não entender o porquê, procurem aqui.

Mas, no PSD nacional - que é o que me interessa - isto saldou-se por DESIDEOLOGIZAÇÃO, mediocratização, corporativização e perdas de eleitorado.

E até já cheira a confronto entre Obediências maçónicas diferentes!...

Só não gostava é de ver os Madeirenses andarem com ar de espanto, queixando-se de que não estão a perceber...


Obrigado, Anália!

Post-scriptum: Só dias depois é que soube da partida da Anália Rodrigues.

Senhora do Povo, com uma coragem anímica e física excepcional, bateu-se, como poucos, pelo triunfo da Democracia e da Autonomia Política da Madeira.

Humilde, nunca pedinchou ou exigiu algo para Si. Porém ajudou muitos e muitos. Trabalhou incansavelmente, sempre, pelos Ideais que assumiu.

Tive a honra de lutar ao Seu lado. Muito Ela me ajudou com a Sua Acção e Amizade.

Obrigado, Anália!

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