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Artigo de Opinião

30/07/2021 08:01

2 - Em setembro vamos de novo a votos, desta feita para as autarquias. Em qualquer eleição deveríamos avaliar os projetos apresentados, os candidatos e a sua capacidade/competência e os valores/princípios inerentes a cada proposta. Quer isto dizer que deveríamos tentar projetar mentalmente o que será o mandato de cada uma das candidaturas. Mas perspetivar o futuro não pode fazer esquecer o passado e por isso, paralelamente, é fundamental fazer uma avaliação ao trabalho desenvolvido por quem está no poder. Porque as eleições também são o momento ideal para avaliar aqueles que tiveram a missão de governar. E estes deveriam ser os principais interessados em fazer accountility, isto é, prestar contas aos seus eleitores.

Durante os anos em que o PSD-M foi hegemónico no poder, ouviram-se as diversas oposições reivindicarem para si os melhores projetos, os mais elevados princípios e os mais capacitados candidatos. A narrativa era de que se os diversos eleitos do PSD-M deixavam obra por onde passavam, essa seria muito maior se o eleito não fosse social-democrata. Quem se esqueceu de tiradas do tipo: "ah, se eu tivesse disponível o dinheiro que o Jardim teve, ainda faria melhor do que ele"?

A verdade é que, em 2013, entenderam os eleitores de diversos concelhos fazer a alternância política e deram oportunidades a quem nunca as havia tido.

Esses eleitos de outras forças políticas fizeram dois mandatos e tiveram tempo mais do que suficiente para desenvolver os seus projetos e deixar obra, provando assim que, de facto, eram e são melhores do que os do PSD-M.

Todavia, passados 8 anos, muito pouco temos para ver. Do Funchal a Santana, passando por Santa Cruz, Machico ou Ponta do Sol, não se vê um projeto de futuro que os autarcas tenham deixado. Não há uma intervenção, iniciativa, uma política que seja de referência. Estes 8 anos foram exclusivamente gastos em jogos de assaltos/manutenção de poder, populismos de diversa ordem, desculpas e retórica. Nada de estruturante foi feito ou será deixado para a posteridade. Recusando prestar contas de facto aos seus eleitores, continuam a procurar desculpas acusando as suas oposições e - pior! - os mandatos anteriores aos seus de serem os culpados pelas falhas próprias. Se não fizeram foi porque a oposição não deixou, ou então a culpa foi do Governo Regional ou, ainda, os executivos anteriores a 2013 é que têm responsabilidade. A culpa é de todos e até das bananeiras, mas sua é que não é.

É isto também que tem de ser avaliado em setembro. Devemos olhar para todos os autarcas, para aqueles que exercem o poder e ver se, de facto, foram bons executivos. Não basta entregar os cupões, vouchers, bolsas ou cabazes. Devemos avaliar se no(s) seu(s) mandato(s) contribuíram para o aumento da qualidade de vida das populações, se favoreceram o desenvolvimento económico, se deixam melhores autarquias do que aquelas que herdaram.

Se os eleitores de municípios como Funchal, Santa Cruz ou Ponta do Sol o fizerem, se forem exigentes na avaliação e não se deixarem contaminar pela narrativa propagandística, facilmente chegarão à conclusão que estes mandatos foram meros bluffs, autênticas fraudes políticas. Não foram competentes para fazer melhor do que o legado que herdaram e não são capazes, sequer, de assumir as suas próprias responsabilidades. Ora, quando se tem uma avaliação política destas, o resultado só pode ser um e é muito claro: obrigado, mas que venham os senhores a seguir! Porque o povo merece melhor.

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