Na última triagem referi que a campanha eleitoral autárquica seria fortíssima em promessas, egos inchados e troca de acusações, o que acabou por se confirmar, mas que apesar disso os madeirenses saberiam escolher, e souberam. Aos vencedores, os meus parabéns. Aos vencidos, a minha solidariedade. No entanto, os resultados autárquicos trouxeram algumas surpresas. Houve câmaras que mudaram de cor, umas para os tradicionais adversários políticos, outras para inesperados novos protagonistas. Há contas a serem feitas e acordos que garantam a governabilidade de autarquias, pondo em primeiro lugar o bem-estar e os interesses da população para a qual foram mandatados a servir. Este é um princípio que não deve sair da mente dos eleitos, governam para o povo e não para os partidos. Uma referência especial ao Funchal, onde a população escolheu manter a liderança da coligação PSD-CDS na Câmara, na Assembleia Municipal e nas 10 Juntas de Freguesia. Se dúvidas houvesse sobre o trabalho feito nestes últimos quatro anos, a reconquista de Santa Maria Maior deitou-as por terra. Que se continue o bom trabalho de recuperação do marasmo de 8 anos de socialismo na nossa capital.
Aos companheiros Idalina Silva, Ilídio Castro e Pedro Gomes, o meu obrigada pela forma exemplar com que cumpriram os vossos mandatos nas vossas freguesias. Aprendi muito convosco durante os meus anos como autarca e levo comigo a imagem de retidão, serviço público e entrega à população com que marcaram o vosso trabalho.
Verde: Ponta do Sol sem PS
A “herdeira” do trono do PS e rainha da Ponta do Sol, caiu no último domingo à noite. A soberba e os truques de bastidores, que incluíram o recurso da decisão de arquivamento e fim de um processo judicial, contra o candidato do PSD, com o intuito de daí retirar dividendos políticos, correu mal. Desta forma, matou-se o presente e o suposto futuro, no partido socialista. Certo é que os 53,63% alcançados pela coligação encabeçada por Rui Marques, mostram bem a vontade de mudança existente na população. Que a Ponta do Sol volte a estar no caminho do progresso.
Amarelo: Presidente, procura-se.
Que o Partido Socialista está moribundo, já não é novidade. Também não é novo que esta incapacidade de se afirmar como alternativa governativa resulte diretamente da liderança de Paulo Cafôfo, das suas decisões e dos seus fiéis seguidores. Cafôfo agarrou-se à presidência do PS como uma lapa e, depois de acabar de drenar o pouco sangue que ainda restava, não há outra opção que não seja sair. E assim surge a inevitável vaga de fundo para refundar e reerguer o partido. O primeiro candidato a deitar a cabeça de fora foi Ricardo Franco e logo surgiram uma série de carrascos prontos a decepá-lo. Certo é que ausência de Franco na campanha eleitoral pelo seu número dois deu que falar. E com esse facto em mente, há uma pergunta que se impõe: a ausência de Franco terá sido a receita para o sucesso socialista em Machico?
Vermelho - “Diga no microfone, diga.”
Parece impossível passar de impoluta a histérica, mas Fátima conseguiu esse desiderato. Fátima gritou, Fátima esbracejou, Fátima espumou. Num apelo ao voto digno de uma série dramática de categoria Z, a então candidata berrou aos funchalenses para votarem no seu partido, ofendeu militantes e simpatizantes de outros partidos, num acto desesperado por votos, que acabaram por se verificar curtos para quem tinha a certeza que iria mudar o Funchal. Sugestão: poderá tentar berrar mais alto da próxima vez, se calhar não a ouviram.