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Artigo de Opinião

Advogado

12/04/2022 08:00

Aumentou-se o salário mínimo e todos os comerciantes e fornecedores aumentaram os seus preços, mesmo antes da guerra na Ucrânia.

A especulação é crime, mas parece ser um crime difícil de provar devido à conjuntura económica.

Faz falta mecanismos reguladores de mercado que protejam os cidadãos contra as margens de lucro incessante.

A gasolina está pela hora da morte, não acredito que seja apenas a Rússia que fornece petróleo, mas parece que toda a gente quer ganhar com esta guerra, principalmente os fornecedores de matéria prima e de energia.

O aumento do salário mínimo é logo acompanhado de uma subida de preços porque não existe regulação suficiente do mercado.

Não defendo um mercado estrangulado, mas há limites e monopólios que têm de acabar, bem como estratégias da concertação de preços.

O Salário médio também tem de aumentar, pois o poder de compra da classe média está pela hora da morte, estes devem ser menos tributados também.

O que se passa com as crises, é que quem paga são sempre os mesmos, e esta inflação que estamos a viver, é para uma crise económica que nos leva.

A sociedade está estruturada num mercado liberal, e a resposta deve de vir da União Europeia, regulando o mercado e o limite de preços, uma vez que a nível nacional torna-se difícil, por causa do mercado europeu liberalizado.

A meu ver devia de haver um limite máximo para o aumento de produtos fundamentais ao ser-humano, bem como incentivos estatais à produção, de modo a aligeirar este estado de coisas.

Mas o problema é que o povo português é demasiado acomodado e de revoluções ou transformações sociais ouve-se falar pouco, a não ser a triste sina do fado português.

O Governo o que tem feito é dar migalhas e não propor nenhuma solução para o problema.

Se queremos viver neste capitalismo selvagem, estamos no bom caminho, com os preços à deriva nos mercados.

O certo é que pouco perdem aqueles que muito têm e muito perdem aqueles que pouco têm, é uma espiral viciada que vem desde há muitos séculos, quando há crise quem paga é o Zé povinho, e quando há prosperidade quem lucra são os grandes do sistema.

Nem uma manifestação massiva sobre este estado de coisas se observa, e assim vamos vivendo, sem penalizar nem governo, nem os grandes fornecedores, nem aqueles que vendem ao preço final.

Mais dia menos dia, vem de novo a solução Portuguesa, que é dizer ao povo para emigrar. Tantos anos de União Europeia e continuamos na cauda da Europa, que voltem os descobrimentos, porque este Portugal está estático e sem rumo definido, nem a bazuca que aí vem nos vai salvar.

Ainda estamos no início da crise, piores tempos virão, metade do que ganhamos é para impostos, e desses impostos pouco ou nada se vê que melhore Portugal, há 3 classes de pagantes de impostos, os que conseguem fugir, os que não conseguem e aqueles que não têm o suficiente para pagar, assim sendo estamos a cavar um fosso igual ao que já temos na segurança social. O dinheiro do Estado vai dando para as despesas correntes e pouco mais, e os orçamentos são feitos à medida para beneficiar alguns.

Na minha opinião é preciso o Governo dar uma direcção e um rumo a este Portugal, às vezes o melhor é começar de novo com novas ideias, mas estamos tão agarrados ao facilitismo, às cunhas e à corrupção em forma de tráfico de influências, que pouco ou nada se consegue mudar.

A resposta é sempre a mesma, emigrem para terem melhores condições.

P.S. Eça de Queirós: "Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a transbordação de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre."
In, Uma Campanha Alegre

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