A carta, que tem agora mais de 13.500 assinaturas, expressa o receio das consequências que desenvolver programas como o ChatGPT da OpenAI podem ter se não forem controlados, consequências que vão desde a desinformação até à cedência de empregos humanos a máquinas.

"Nos últimos meses, os laboratórios de IA têm estado numa corrida descontrolada para se desenvolverem e implantarem mentes digitais cada vez mais poderosas - tão poderosas que nem os seus criadores conseguem compreender, prever ou controlar de forma fiável", escreve a carta.

Há por aí muita informação sobre a IA. Algumas são factos, outras ficção. Fui ao ChatGPT, criei uma conta e resolvi perguntar se um dia a inteligência artificial irá ultrapassar a inteligência humana. "É difícil prever o futuro da IA. Contudo, há um debate contínuo entre peritos sobre se a IA poderia tornar-se mais inteligente do que os seres humanos. É possível que a IA se torne mais inteligente no futuro. Este cenário é referido como superinteligência (AGI). A AGI seria capaz de pensar de formas que excedem as capacidades cognitivas humanas e poderia potencialmente constituir uma ameaça à existência humana se se tornasse incontrolável", respondeu-me a IA do ChatGPT.

As questões impostas na carta aberta são pertinentes: Devemos deixar que as máquinas inundem os nossos canais de informação com propaganda? Deveríamos desenvolver mentes não humanas que possam eventualmente ultrapassar em número, ser mais espertas e substituir-nos? O debate está acesso.

Muitos peritos são vocais e pedem mais regulamentação para esta área. A Comissão Europeia foi aliás um dos primeiros grandes reguladores a propor uma lei Europeia para a inteligência artificial - o Ato IA. A legislação proposta foca-se principalmente no reforço das regras em torno da qualidade dos dados, transparência, supervisão humana e responsabilização. Visa também abordar questões éticas e desafios de implementação em vários sectores, desde os cuidados de saúde e educação até às finanças e energia.

"[A IA] existe há décadas mas atingiu novas capacidades alimentadas pelo poder computacional", disse Thierry Breton, Comissário da UE, numa declaração em 2021. A Lei de IA tem como objectivo "reforçar a posição da Europa como um centro global de excelência em IA desde o laboratório até ao mercado, assegurando que a IA na Europa respeita os nossos valores e regras e aproveitando o potencial da IA para uso industrial".

Tudo tem as suas vantagens e desvantagens. A inteligência artificial não é uma excepção. Cada desenvolvimento tecnológico chegou-nos com suspeitas: a rádio, a televisão, os smartphones e muitos outros exemplos. O que é facto é que tudo depende do uso que lhe é dado. As redes sociais podem ser um espaço de partilha, mas também um espaço de ódio, por exemplo. Com a IA as dúvidas são muitas mas a melhor abordagem será assegurar que a IA seja desenvolvida de uma forma ética e responsável, com salvaguardas adequadas para evitar que cause danos aos seres humanos. O que acha você? Seremos ultrapassados pela inteligência artificial no futuro?