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Artigo de Opinião

Advogado

6/07/2021 08:01

O Bloom custa uns meros 5 euros e a castanha 10 euros, ao alcance de qualquer bolso; já a cocaína é a droga de quem tem mais posses e dá uma adição psíquica, são para festas em casas e por aí além.

Até há bem pouco tempo, pelo menos, a venda de Bloom não era criminalizada, representava contraordenação, o que valia uma coima e pouco mais, ninguém ia preso por vender Bloom.

Sendo uma droga sintética, está sempre a mudar a composição, e não tem cabimento legal na definição de droga ilegal, são os produtores mais rápidos do que os legisladores na mudança da composição da droga até que seja considerada ilegal. Já cá estamos há muito tempo com este problema e nada se resolve, as defesas em Tribunal são sempre de que o produto que vendiam era bloom, a ver se safa, tenho colegas que até berlindes dizem que era o que parecia a droga, e que por isso o cliente meteu no bolso (enfim, geralmente são os "cagões", que depois arranjam defesas deste género), há defesas absurdas, mas a de que o produto da venda era Bloom é uma boa defesa,

Não existe grande política para o apoio a estes toxicodependentes, principalmente consumidores de Bloom, uma vez que não existe antagonista como a metadona para a heroína, não há substituto para a ressaca, é ressaca pura e dura.

Não temos uma ala prisional psiquiátrica, as associações de combate à droga são um viveiro de tachos, e o serviço social que devia ser público, é desconsiderado e atirado para associações particulares, muitas sem preparação para a coisa.

A toxicodependência, depois leva aos assaltos, e à condição de sem abrigo, e quando vão presos melhoram, ganham um tecto e engordam.
Exactamente outro problema da cidade do Funchal são os sem abrigos, ninguém sabe indicar bem as causas que levam a este martírio, mas geralmente, tem a ver com adições/dependências de álcool e drogas, bem como distúrbios psiquiátricos, que podem começar antes ou depois da situação de sem abrigo na minha opinião. Não é sempre assim, um desempregado também pode ficar sem abrigo, mas geralmente porque não rouba nada em casa tem apoio da família.

Costumam viver em casas devolutas, casas em ruínas, que existem ao magote no Funchal, outro problema do Funchal.

Para fazer um projecto para uma casa ser aprovada pela Câmara gasta-se um balúrdio só em legalização, uma burocracia atroz, que ainda não foi vencida, são precisos arquictetos, engenheiros, advogados, em vez de ser a Câmara a promover estas legalizações com os seus meios, ou só lá estão os fiscais para as coimas, e a Polícia Municipal, é que vai resolver este imbróglio, hão-de fazer um bem louco aos Funchalenses, não se esqueçam as pessoas primeiro, segundo dizem, ou o Funchal sempre à frente deixando uma carrada de gente para trás, quem não está filiado no PSD, quem diz PSD, também diz que se pode fazer carreira no PS, já teve mais difícil, há mais lugares agora para distribuir.

É normal, a confiança política tem de ter o seu prémio, a lealdade é bem recompensada.

Que política temos, a política dos cartazes, dos slogans e pouco mais, pelo que tenho visto quem está na política serve-se e não o contrário.

O eleitorado só vota em dois partidos, que são os da carreira política, não há hipótese para mais, depois brigam uns com os outros por questões em que às vezes pensam igual, mas no final está tudo bem porque pertencem ao mesmo jet set.

Depois ainda existe os monopólios de sempre, as mesmas famílias que dominam a Madeira.

Outro grande problema, é a especulação imobiliária, hoje em dia para viver num T2 em condições, é preciso pagar mínimo €800,00 de renda, qualquer dia chamamos o Funchal de Nova Iorque.

O desemprego também há com fartura, ou o trabalho precário, e o self made man madeirense é um gajo que vende umas ponchas, porque tudo o resto se conquista com compadrio.

Quanto aos advogados, uma palavra para os meus colegas, tenho visto alguns "javardos" a fazer advocacia e sinceramente envergonho-me, quando um advogado abusa do seu conhecimento, ou dos poderes que foram conferidos pelos clientes. Mas o que me faz mais espécime, são os advogados que pessoalizam as coisas, e nas suas peças processuais, adjectivam e tentam humilhar a parte contrária, depois ainda há o trafulha, que faz tudo por um punhado bom de euros.

Mas tenho de ser honesto, há muito bom advogado nesta praça, como bons políticos e bons jornalistas etc, só que por vezes é angustiante, ver as coisas que é preciso fazer para vencer na vida; a lambe botas nunca chegarei, isso é de certeza, e se alguma vez vencer vai ser com carácter e personalidade sem passar por cima de ninguém.

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