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Artigo de Opinião

Economista

30/07/2021 08:01

Ouvindo, atentamente os discursos de agora, e indo aos arquivos buscar os discursos realizados há 45 anos, compreendemos, que como já dizia o saudoso poeta António Gedeão, na "Pedra Filosofal", "o sonho comanda a vida", e de facto tem sido, esse sonho por mais e melhor autonomia, que os madeirenses têm lutado ao longo destes 45 anos, sem nunca deixar cair o sonho de termos uma plena autonomia.

Passados 45 anos, e nestas comemorações, tivemos a presença do Presidente da República portuguesa, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, que veio afirmar ser um autonomista convicto, pois tal como o atual Presidente da República, todos os seus antecessores, eram também eles autonomistas, e não foi graças a nenhum deles, que os madeirenses viram consagrados, mais autonomia, uma melhor autonomia.

Hoje, estamos melhores que há 45 anos, é um facto inegável, mas tal deve-se à resiliência, dos sucessivos governos regionais, que mesmo com os bloqueios centralista e colonialistas de Lisboa, sempre conseguiram alimentar o sonho de uma plena autonomia e projetar um futuro de desenvolvimento social e económico.

O país precisa de uma verdadeira regionalização, precisa que os políticos do retângulo, tenham uma maior consciência, do que é viver no meio do atlântico, distante da terra física do retângulo português, para se conseguir conquistar o sonho, que há já 45 anos temos vindo a alimentar da Autonomia.

É preciso que exista coragem política, para mexer-se na "vaca sagrada" da Constituição, esta constituição, está obsoleta, está gasta, e já não serve os seus principais pilares e o seu povo.

Depois desta revisão da Constituição, que garanta a todos os portugueses, as mesmas condições de vida e igualdades, precisamos que o governo centralista em Lisboa, desbloqueia a revisão da lei das finanças regionais, uma região como a Madeira, precisa diferenciar-se fiscalmente de outras regiões, para garantir o seu auto financiamento, para garantir a saúde, a educação, as redes de comunicação, tudo isto carece de mais autonomia, para que possamos escolher o nosso caminho, para que possamos encontrar fontes de financiamento autónomas, para que se possa viver sem as amarras do poder central, nem das migalhas que o governo da república vai dando.

Mas esta autonomia, não pode nem deve servir, para que o Estado português abandone as suas ilhas, pelo contrário, deve assegurar igualmente aos ilhéus portugueses, todos os seus direitos e garantias, pois cá estaremos como sempre estivemos, para garantir os nossos deveres.

Precisamos que o Estado português desbloqueie, os dossiers da mobilidade aérea e marítima, é de uma total justiça, que se garanta a verdadeira continuidade territorial, entre o retângulo português e as suas ilhas.

A sociedade civil, os mais altos responsáveis pelo país, como é o caso do Presidente da República, não pode e não deve continuar a ter apenas discursos bonitos, com palavras amigas, precisamos que atue, que faça pressão junto do Governo, junto da Assembleia da República, para que estes dossiers e estas matérias, sejam analisadas, debatidas e que se consiga concretizar o sonho.

É preciso que se passe à realidade, uma Autonomia de Plenos direitos e deveres, que sirva os ilhéus portugueses.

Somos um povo resiliente, determinado, que tem sabido fazer bem as suas escolhas, que nunca se deixou enganar por falsas promessas, e que sempre acreditou no sonho da autonomia, tenho a certeza, que continuaremos a saber fazer as nossas escolhas, por um melhor futuro, colocando a Madeira sempre à frente.

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