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Artigo de Opinião

CULTURAS GLOBAIS E CRIATIVIDADE

6/12/2021 08:00

Actualmente, o mundo muda a um ritmo difícil de acompanhar. Se se sente confuso, desconfiado, desencaixado, se tudo lhe parece errado à sua volta, não se preocupe demasiado, não está só e é bem provável que esteja, de alguma maneira, certo. Os que acham que tudo está "óptimo", que estão cheios de certezas e cheios de si, é bem provável que estejam "bem enganadinhos". Parece que tudo anda um pouco confuso, a lucidez não é fácil em tempos acelerados como os de hoje e ainda menos com uma pandemia à perna. A lucidez, assim, não vive os melhores dias. Diz-se que ser lúcido carece de muito esforço, muito silêncio, distanciamento, isolamento, muito filtro. Ser lúcido era o que mais gostava de conseguir de momento, para ler o mundo e saber o que melhor fazer. Quem tiver alguma ponta de lucidez por aí que diga.

O Covid-19, dizem as gentes, já mete nojo, falando em verdadeiro Madeirense. As vacinas pareciam vir impregnadas de glória e esperança. Afinal parece Poncha, é preciso mais uma dose e mais outra. Que a ressaca seja melhor que a desse histórico líquido da Ilha. A lucidez dá-se mal com a pressa. O Covid-19 obrigou a que a comunidade científica acelerasse na busca por respostas. Se a produção de vacinas para o Covid-19 seguisse o processo da produção do Vinho Madeira seriam apelidadas de vacinas zurrapa. Não tiveram tempo de maturação. Além da falta de lucidez, o mundo vive numa incerteza constante, algo que não abona em favor de uma paz e liberdade que nos vimos privados, ainda que por cá não se tenha sentido a pandemia com as privações de outros recantos do globo.

O que fazer? Como reagir? Seremos livres ou isso não passará de uma ilusão plantada desde sempre? Vacinar-se, não se vacinar? Fazer testes semanais, "escangalhar" as narinas? Ser negacionista, ou ser o contrário? Quem tem razão?

Respostas lúcidas escasseiam. Anda tudo farto e desejoso que esta porcaria acabe. A lucidez não existe de momento. Ninguém é negacionista ou o contrário. Simplesmente não sabemos. Admito que sou mais pro-ciência do que crente em promessas de um paraíso depois da morte, gostava que o paraíso fosse aqui e não ter de esperar para depois da morte, mas a própria ciência não tem respostas e tem muito pouco tempo para fazer face às exigências do momento. Se a própria ciência e comunidade científica no geral está sem lucidez (existem por aí artigos de médicos conceituados e reconhecidos, uns a favor das vacinas, outros reticentes), não se preocupe se também luta para a ter. Talvez sejamos meros ignorantes sem lucidez numa ilusória busca pela liberdade. É assustador, não é? Seguir uma atitude de responsabilidade comunitária e não meramente egoísta pode ser um bom princípio. Novas regras saíram. Fala-se de inconstitucionalidade. Talvez um documento de 1976 careça de ser adaptativo e talvez revisto, não terá um pouco de mofo? Mas como dizia, novas regras saíram. No papel são uma coisa, na prática, in loco, assisti à realidade. 5 horas de fila para um teste RÁPIDO tem a sua ironia. Uma cadeia "estratosférica" de supermercados não controla nada (capitalismo dar-se com regras que afastam clientes? Ainda mais no Natal?) Não são tempos lúcidos, mas há que tentar. Ainda assim, uma época Natalícia simples, digna e com saúde para todos.

Para que o caro leitor fique ainda mais confuso, 3 livros, para ler tudo de seguida: Sapiens, Homo Deus e 21 Lições para o Séc.XXI, todos do mesmo autor, Yuval Noah Harari.

Até…

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