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Artigo de Opinião

Vice-Reitora da Universidade da Madeira

27/12/2022 06:56

Mas o que é a OCDE e porque é este relatório importante? A sigla OCDE significa Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico. Esta é uma organização internacional sediada em França, composta por 38 países. Tem como principal objetivo ‘promover políticas que visem o desenvolvimento económico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo. O combate à corrupção e à evasão fiscal fazem parte da agenda da OCDE’.

O relatório é importante porque faz o diagnóstico da situação atual do ensino superior em Portugal e aponta medidas, em várias áreas, para melhorá-lo. A OCDE iniciou a elaboração deste relatório para apoiar os países membros na aproximação entre a formulação de políticas nacionais para o ensino superior e as evidências internacionais sobre o assunto.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2035 e 2080, todas as faixas etárias vão encolher, à exceção da faixa etária maiores de 60 anos, que irá aumentar. A faixa etária 20-29, idade da maioria dos estudantes do ensino superior, ‘diminuirá mais de 230 000, ou seja, significa uma queda de mais de um terço.’ Perante estes números, que cenários criar para o futuro do ensino superior em Portugal?

Uma das medidas sugeridas no relatório da OCDE para o ensino superior em Portugal é a dinamização de ações para incentivar a população adulta a se envolver em cursos de qualificação ou de requalificação no ensino superior. Ou seja, cursos que permitam a aprendizagem de novos conteúdos ou mesmo cursos que permitam a um licenciado fazer uma mudança de área de atuação profissional, para áreas com mais procura no mercado de trabalho. Para tal, ‘as instituições terão de disponibilizar oferta formativa adequada, mais flexível e que vá ao encontro das necessidades dos novos estudantes’. Esta oferta exigirá ‘mais inovação tanto ao nível da conceção como da operacionalização’.

A atração de estudantes internacionais configura-se como uma excelente forma de minimizar os problemas que advém do decréscimo demográfico que já se faz sentir em Portugal e que se acentuará nas próximas décadas, se não forem tomadas medidas para contrariar esta tendência. Os estudantes internacionais que mais procuram as instituições portuguesas são os de países de língua oficial portuguesa. Para atrair outro tipo de público será necessário disponibilizar oferta formativa em língua inglesa ou oferecer um ano zero para que os estudantes possam aprender português.

Captar estudantes internacionais, em especial para as áreas tecnológicas, onde se denota grande procura de pessoas qualificadas no mercado de trabalho pode ajudar a solucionar dois problemas: o do decréscimo de alunos no ensino superior bem como, se os conseguirmos manter em Portugal, a falta de mão de obra qualificada em áreas com muita procura.

Outra interessante proposta é a de bolsas de estudo para os cursos que se enquadrem nas áreas estratégicas da IES (eu acrescentaria da região) que escolhem para estudar.

Por fim, mas não menos importante, é fundamental continuar a investir na qualidade da investigação e inovação visto que há uma forte relação entre estas e a atratividade e relevância das ofertas formativas.

Indo ao encontro destas medidas, a Universidade da Madeira oferecerá, no próximo ano letivo, nova oferta formativa quer na área de CTESP como em pós-graduações e mestrados.

E porque 2023 se aproxima deixo os meus votos de um excelente ano para todos!

Elsa Fernandes escreve à terça-feira, de 4 em 4 semanas.

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