Nos últimos dois anos temos vivido momentos muito diferentes e difíceis onde está presente, quase de forma constante, o medo. O medo de nos infetarmos, o medo das sequelas, o medo do negócio não sobreviver, o medo de viajar, o medo de não conseguir programar a vida como outrora… uma infinidade de medos, que nos levam a tornarmo-nos menos solidários, mais impacientes, menos sociais. O que é contra a natureza humana. Parece contraditório que uma das maiores conquistas da socialização dos nossos semelhantes, a confiança no outro, tenha sofrido um grave revés.

É altura de resgatarmos a inocência e confiança das crianças. A que as leva a não ter medos e a avançar com confiança atrás dos seus sonhos, acreditando que estes são realizáveis. Não por ser Natal mas porque precisamos voltar a ter sonhos.

Necessitamos olhar para cada uma das nossas conquistas nestes tempos tão difíceis focando-nos no que conseguimos alcançar, nos pequenos ou grandes passos que demos e celebrá-los com gratidão. Celebrar a vida! Não por ser Natal mas porque precisamos.

É urgente recuperar a esperança. A esperança que nos faz caminhar com alegria e acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. A esperança acompanhada de perseverança. Não por ser Natal mas porque precisamos.

É essencial continuar a trabalhar em nós a resiliência, a capacidade de reagir e superar as contrariedades que nos vão sendo colocadas pela vida, quer sejam a nível pessoal ou profissional. Olhá-las não para nos vitimizarmos, mas como aprendizagens que a vida nos proporciona. Não por ser Natal mas porque precisamos!

Quando um futuro Natal chegar, precisaremos de ter sabido refletir sobre as causas e as consequências de todo este tempo. Precisaremos depois de nos sabermos reconciliar connosco e com os outros. Nesse Natal, seremos com certeza diferentes, mas mais fortes no espírito que une a humanidade.

Sejamos felizes. Não por ser Natal mas porque precisamos…