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Artigo de Opinião

CULTURAS GLOBAIS E CRIATIVIDADE

28/03/2022 08:00

Em verdade, o que me apetecia escrever aqui hoje era apenas e só nada. Desde Março de 2020 que andamos a tentar perceber para onde caminhamos como espécie humana, e não que antes tudo estivesse óptimo, muito longe disso. Estamos em Março de 2022 e se me fosse pedido um relatório pelas altas autoridades do comissariado sideral das portas do Paraíso, julgo que o chumbo fosse provável. O que podia ser um início de década gloriosa, trouxe um dos tempos mais desafiantes para a espécie humana a deambular pela dita modernidade. Pandemia e Guerra. Que receita, que cocktail! Outro aspecto que surgisse nesse relatório a levar ao além talvez fosse a conhecida expressão: "Falar, falar e não fazer nada" Andamos modernos a falar, teclar, opinar, e talvez a fazer pouco. Ondas e modas às vezes é melhor fugir. Indignações selectivas têm pouca utilidade. Alguma coerência precisa-se. O conflito na Ucrânia é perto e por isso é normal ao ser humano sentir com mais ênfase o que lhe é mais próximo, mas não posso esquecer que com uma mão abanamos a bandeira da modernidade e do mundo global e com a outra escondemos o mapa desse mesmo mundo. Os problemas globais estão muito longe de ser apenas a Ucrânia e o conflito que se viu envolvida. A guerra da Ucrânia está na moda por isso colocamos bandeiras no perfil, por isso emocionamo-nos durante uns dias e depois alguém há de resolver. A humanidade, infelizmente, é muito paleio, teoria, e muito pouca prática. Guardiola, um treinador de futebol que certamente tem uma conta bancária para uma vida digna por mais 100 anos, poderia simplesmente ficar calado e neutro, mas operou uma opinião corrosiva, mas, quanto a mim, lúcida. Nato, União Europeia, políticos, nós como sociedade, fracassámos. Já passou várias semanas e nada de substancial foi feito. E não, não estou a escrever que não existe solidariedade e pessoas a agir, mas consta que a grande solidariedade acontece sem pompas e selfies, ou sem aproveitamento da situação para o preenchimento, com boas sensações, desse vazio barulhento, desse deserto povoado em que parecemos viver.

Dois vultos da Intelectualidade actual, recentemente debatiam sobre a natureza humana. Um debate antigo. Se é boa, se é má. A esperança tem-se esfumado em relação a isso. Os próprios pensadores, um Israelita, outro Holandês, têm se silenciado. Exactamente por falar de natureza humana, poder-se-á falar de guerra e de guerras a outras escalas. O ser humano parece acometido de uma propensão para a guerra. Todos os dias "guerreamos", ora com colegas, ora com família, ora com amigos. Actualmente ainda mais nos egos, nas competições estúpidas e sem sentido, no espiar uns dos outros, nas invejas ocas e estapafúrdias, numa sociedade que quer sempre mais, crescer eternamente, negócios que querem se elevar até uma torre de Babel, carecendo o reduzir, o simplificar e ter a noção que estamos aqui de passagem e que amanhã não sabemos se estaremos, que o digam os nossos próximos Ucranianos, mas também os Sírios, os Paquistaneses, etc. Poderemos erradicar a guerra do nosso futuro? Talvez começar por suprimir estas micro-guerras do quotidiano possa ser um pequeno passo se assim a natureza humana deixar.

Como certa vez uma amiga, acabada de concluir um Mestrado em Sociologia, disse: O que interessa é o amor!

Paz(maceira)

Até…

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