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Artigo de Opinião

7/10/2023 08:00

O slogan pretende realçar a reconhecida independência jornalística decorrente do seu modelo de financiamento, único em órgãos de informação desta dimensão. Este modelo baseia-se principalmente no contributo dos seus assinantes e leitores pontuais das edições em papel (cada vez menos) e da edição digital (cada vez mais) em alguma (pouca) publicidade.

Deste modo conseguem conservar uma prudente distância de governos, donos milionários, organizações políticas ou grupos empresariais que, neste nível, por vezes cedem muitas vezes à tentação de influenciar a visão editorial, quando não são os próprios jornalistas e colunistas (de forma nem sempre totalmente consciente) a tentar agradar aos proprietários.

O mais interessante é que o sistema funciona (cada vez melhor) numa base de honestidade: pede-se o contributo pontual ou regular a quem pode pagar, mas a informação continua a ser acessível a toda a gente.

Confesso que esta é uma visão que me agrada.

Para a o nosso bem comum e para construirmos uma perceção realista do que é a nossa Região, do nosso País ou do Mundo, é importante podermos confiar na factualidade das notícias publicadas. Mas também é importante saber que não havia outras notícias, também factuais e igualmente relevantes que não ficaram por publicar.

É importante poder saber o que defende quem governa os nossos destinos em nosso nome. Mas também é importante conhecer outras visões, outras alternativas e propostas para que possamos escolher de forma informada e manifestar a nossa discordância (ou concordância) quando não é a altura de escolher.

É importante ler, ver ou ouvir várias opiniões, sobre os mesmos assuntos ou sobre questões diferentes, de modo a podermos questionar as nossas próprias certezas, abrirmo-nos aos outros para podermos construir novas pontes que nos liguem ao mundo e novas redes que nos amparem de forma mais suave as nossas quedas.

Quanto mais diversos forem os pontos de vista à nossa disposição, mais fácil é ter uma visão global sobre o espaço que ocupamos, sobre o que nos rodeia, e como nos podemos ligar a ambos, de forma significativa e serena.

Uma imprensa séria é tanto mais fácil de se construir quanto mais independente forem os meios de comunicação social. E uma imprensa séria e independente é fundamental e necessária enquanto guardiã da Democracia e da Liberdade.

Isto levantará uma outra questão: «Quem guarda os guardiões?», como já fez Juvenal, há 19 séculos, na citação que abre esta crónica.

A resposta reside em nós, que lemos, ouvimos e assistimos. Somos nós que temos de consumir informação de forma exigente, contribuindo quando e como for possível pelo privilégio de aceder a informação de qualidade e a uma imprensa livre. De outro modo seremos nós, a audiência, o produto que alguém estará na disposição de pagar.

PS - Obviamente, um jornal global nunca satisfará a nossa procura pelas notícias de pendor local, regional ou mesmo nacional. Visite o The Guardian, mas não deixe de ler, apoiar e divulgar o nosso JM!

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