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Artigo de Opinião

8/08/2023 08:00

Tudo decidido em cima do Verão, a dias das Jornadas Mundiais da Juventude - estratagemas evidentes que procuraram a confusão das férias e a azáfama do evento mundial que traria o Papa a Lisboa, para fazer aprovar coisas polémicas.

O Presidente Marcelo devolveu o diploma a António Costa, com um conjunto vasto de considerandos.

De entre eles destaco, o Presidente criticar a evidência de que este diploma, sobre carreiras dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, a ser aprovado do modo como o Governo do PS queria, encerrava definitivamente o processo sem contemplar a contagem do tempo de serviço congelado, tema central destes meses de guerra pública entre professores e governo.

Marcelo destacou ainda que os professores da escola pública de Portugal continental ficariam com uma situação diferente daqueles que estão nas Regiões Autónomas.

Não bastando isso, Marcelo ainda teceu longos considerandos sobre a indispensabilidade da educação para um país com futuro, sobre a indispensabilidade da escola pública que é insubstituível e é "coluna vertebral do sistema escolar".

O Presidente ainda se estendeu, referindo que "governar é escolher prioridades. E saúde e educação são e deveriam ser prioridades se quisermos ir muito mais longe como sociedade desenvolvida e justa".

Qual foi o resultado?

O Presidente Marcelo devolveu o diploma ao Governo, justificando que frustrar definitivamente a esperança dos professores, encerrando o tema era inaceitável.

António Costa, recebido o veto do Presidente, dois dias depois mandou o diploma revisto, para o Presidente Marcelo.

Na nova proposta já lá consta que, o Governo mantém a possibilidade de reabrir a negociação desse tema, nesta ou em outras legislaturas. O que aconteceu? Marcelo promulgou, considerando que estas palavrinhas mantinham a "porta entreaberta".

Valha-nos Deus!

Então o Governo em dois dias conseguiu perceber que efetivamente afinal terá condições no futuro para voltar ao tema da recuperação do tempo de serviço dos professores?

Tudo não passa de uma farsa para fazer de conta que há disponibilidade para avaliar a situação!

Meses de guerra aberta. Proposta em cima do Verão dizendo nem pensar. Dois dias depois já podem reavaliar?

Não gozem com os professores e muito menos com a nossa inteligência.

Mas Macelo também não esteve bem. Então ele acredita que aquelas palavrinhas mudadas são alguma coisa?

É este tipo de joguinhos que a política dispensa, a bem da credibilidade!

2. Também no fim de julho o Governo de António Costa teve o desplante de propor um aumento salarial aos médicos de 1,6%.

Profissionais altamente qualificados e que se apenas trabalharem no SNS, têm valores de salário muito desajustado das suas competências.

Foi mais uma oportunidade perdida, de tratar com seriedade as carreiras dos médicos e de reestruturar o seu modelo de funcionamento, introduzindo um sistema de incentivos premiador da produtividade.

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