MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Bispo Emérito do Funchal

13/10/2024 07:30

O Papa Francisco na Solenidade da Ascensão publicou uma Bula para o Jubileu da Esperança, ou seja, o XXXI Jubileu proclamado pelo Papa Bonifácio VII no ano de 1300. Na Basílica de São João de Latrão, no Vaticano, existe uma pintura do Papa Bonifácio que data desse tempo.

A palavra Jubileu deriva do hebraico “jobel”, que indica o corno de carneiro usado no Templo de Jerusalém para anunciar o dia da Expiação, o chamado Yom Kipur, sendo essa legislação publicada por Moisés no Monte Sinai e conservada no Levítico capítulo 25 versículo 13. Após sete semanas de anos , sete vezes sete, realizava-se o Jubileu que comportava a libertação geral das pessoas e dos bens de forma que cada um entrava na posse do seu património. Os escravos readquiriam a sua liberdade, e o repouso das terras. Num meu artigo anterior, tratei deste Jubileu comandado por Deus no deserto do Monte Sinai, mas sem relação com o Jubileu do Papa Bonifácio VII.

O Ano Santo de 2025 coincide com a celebração do primeiro Concílio de Niceia no ano de 325.No princípio, o jubileu realizava-se de cem em cem anos, poucas pessoas tinham a possibilidade de o realizar mais de uma vez, de forma que um Papa realizou-o de cinquenta a cinquenta anos, e outro de vinte e cinco. Realizaram-se também Jubileus extraordinários, em 1933 pelo aniversário da Redenção, e o Papa Francisco em 2015 para encontrar a Face da Misericórdia. O novo Jubileu tem o nome da Esperança.

Desta forma estes jubileus não têm relação com o de Moisés que foi fixado pelo próprio Deus a Moisés e seus sucessores.

O Jubileu deste ano 2025, tem uma relação com o Concílio de Niceia no ano de 325, que perverteu a unidade da Igreja ameaçada pela negação da divindade de Jesus Cristo. No Concílio tratou-se também da data da Pascoa, por feliz coincidência este ano celebraremos todos em conjunto a 20 de abril.

A Abertura da Porta Santa, desta vez será na Basílica de São Pedro a 24 de dezembro, e será encerrada a 29 de dezembro de 2025. Não serão permitidas outras Portas Santas nas dioceses.

O anúncio e os sinais de Esperanças: O primeiro é a Paz no mundo, imerso na tragédia das guerras. “Os que são operadores de Paz serão chamados filhos de Deus” (Mt.5,9).

O segundo sinal de Esperança é o desejo de querer transmitir a vida, quanto é doloroso e impressionante o grau de diminuição de nascimentos.

A terceira manifestação são os detidos que são privados da liberdade. O Papa fala de amnistias, e períodos de inserção na sociedade.

Um outro gesto é o dos doentes nas nossas casas ou nos hospitais, as obras de misericórdia são obras de esperança. Os jovens, os migrantes, os prófugos e refugiados que fogem às violências para que as comunidades cristãs defendam

os diretos dos mais fracos. O Papa refere-se também aos anciãos por vezes abandonados, e os milhões de pobres que não têm o necessário para viverem.

A parte central da Bula reflete sobre a nossa esperança que se funda na fé e é nutrida pela caridade.

O Papa Francisco reflete sobre a morte das pessoas queridas, onde tudo parece terminar no nada e cita São Paulo: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia” (1 Cor.15,3.5).

O juízo final diz respeito â salvação que Jesus nos adquiriu com a sua morte e ressurreição. Temos de orar por aqueles que terminaram o caminho terreno. Desta forma a indulgência jubilar, com força da oração é destinada aos que morreram antes de nós, para que obtenham a indulgência de Deus e a sua misericórdia.

A indulgência permite descobrir quanto seja a infinita misericórdia de Deus. Este Jubileu não tem em consideração a questão das indulgências, mas o perdão divino.

A conclusão do documento é um convite à audição da Palavra de Deus no caminho para o Jubileu. A Bula conclui com a oração à Mãe de Jesus, o maior testemunho da Esperança. Ao Deus bendito e eterno seja dado louvor e glória nos séculos. Ámen.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com a entrega do Prémio Nobel da Paz a Maria Corina Machado?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas