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Artigo de Opinião

Mas confesso que esta perspetiva sempre me intrigou, sobretudo quando a atividade turística era vista como algo menos positivo - e não uma dádiva, a nossa galinha dos ovos de ouro, como julgo que é - e que por isso teria de ser substituída por outras atividades.

Sempre defendi uma estratégia mais equilibrada, que aproveitasse ao máximo as potencialidades do turismo, com a necessária diversificação dos mercados emissores e a valorização do produto, e que, adicionalmente, e tirando partido das sinergias oferecidas pelo turismo, se procurasse potenciar outras atividades que pudessem acrescentar valor e trazer empregos bem remunerados para a Região. Acrescentar em vez de substituir, aumentando assim o bolo da riqueza a distribuir.

O CINM, por exemplo, tem sido até aqui um bom "suplemento" ao turismo, não só pelas receitas fiscais que tem proporcionado, mas também pela captação de empresas internacionais que aqui decidem desenvolver as suas atividades, aproveitando a estabilidade política, a segurança, a mão-de-obra qualificada e as nossas condições naturais - as tais que fazem do turismo a "âncora" do nosso desenvolvimento.

Nos últimos anos tem sido evidente a forte aposta nas novas tecnologias, existindo aqui um outro "suplemento" que a Região está já a aproveitar, mas que ainda tem muito potencial por explorar, visto que neste tipo de atividades os custos da ultraperiferia podem ser amplamente esbatidos, fazendo com que possamos competir à escala global em condições competitivas.

Por exemplo, a nível da UE, uma das prioridades atuais passa pelo reforço do setor dos videojogos, um setor com uma importância crescente a nível global, tendo atingido em 2022 um volume de negócios na UE na ordem dos 23,5 mil milhões de euros.

Visto que (também aqui…) a UE está atrás dos EUA, do Japão e da China, há um esforço para projetar este setor - que implica um quadro de incentivos -, de modo a aproveitar o forte crescimento previsto para os próximos anos e as múltiplas oportunidades que surgirão com a ligação aos mundos virtuais, algo que a Região tem todas as condições para tirar partido, dadas as condições que acima elenquei, a que se junta o trabalho já em curso nesta área e as nossas competências para a criação de um quadro regulamentar que responda às necessidades específicas deste setor.

Ferramenta de aconselhamento
para as RUP

A Comissão Europeia apresentou recentemente a ferramenta de aconselhamento para as RUP (https://ec.europa.eu/regional_policy/policy/themes/outermost-regions/advisory-tool-for-the-outermost-regions_pt), que surge na sequência da nova estratégia para as RUP publicada em maio de 2022, e que visa, entre outros, apoiar na elaboração de planos de desenvolvimento regional, de reformas e de investimentos e na criação de sinergias entre as oportunidades oferecidas pelos fundos e programas da UE.

Trata-se de um apoio técnico, a pedido, que estará operacional a partir de setembro, a que se poderão candidatar entidades públicas e privadas, nomeadamente organizações empresariais regionais, universidades e centros de investigação.

Uma iniciativa que se louva e que se espera seja aproveitada.

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