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Artigo de Opinião

25/06/2021 08:09

Quando Pedro Calado apontou o problema, a maior parte dos madeirenses identificou-se com ele. A Região, como todo o mundo, está a enfrentar uma batalha hercúlea no plano sanitário (primeiro), económico (como consequência) e, inevitavelmente, social. É fundamental que ninguém fique excluído, à margem, e que possa atravessar este deserto com a dignidade que uma sociedade evoluída tem de assegurar. Outra coisa é a profusão de apoios saídos de todos os lados que, por um lado, deem um sinal ao beneficiário de que mais vale receber essas ajudas do que regressar ao mercado de trabalho, e que por outro impeçam o auxílio a muitos dos que também precisam. Se uma pessoa receber três auxílios sociais, de entidades distintas, e outras duas também em situação de carência não receberem sequer um, há um desequilibro inaceitável. E quantos pequenos empresários, tentando reabrir as suas atividades, têm tido imensa dificuldade em contratar funcionários pois estes alegam preferir receber os múltiplos subsídios e cabazes? "Só se for por baixo da mesa", dizem desavergonhadamente uns quantos, já doutrinados na política da pedincha. Porém, a esmagadora maioria dos funchalenses que luta pelo seu trabalho ou pela sua empresa reprova que uma comunidade sã, moderna, possa ser uma fábrica de "caridade". E utilizo esta palavra de forma consciente. O que opõe certa esquerda à caridade, é a alegação que o caridoso assume uma posição de supremacia face ao carenciado. O facto da caridade não ser anónima, discreta. Não deixa de ser significativo que seja uma coligação de esquerda na Câmara do Funchal, a fazer a apologia da mendicidade social, preferindo a caridade institucional à discreta e contida solidariedade pública. Quando se publicam fotos semanais sobre composição dos cabazes, quando se ilustram até à náusea os centros logísticos, quando as mais altas figuras da autarquia fazem visitas periódicas a esses mesmos centros, opinando sobre os produtos, abrindo os sacos dos cabazes, enumerando com orgulho (!!!!) os números de necessitados que os recebem, num exercício obsceno de exaltação da miséria alheia, estamos verdadeiramente a sacralizar o que de pior tem a "caridadezinha". Só falta a palmadinha nas costas… ou talvez não.

Os sequazes da Confiança não hesitaram na ofensa, na mentira e no deturpar das palavras quando Pedro Calado disse o óbvio. Ninguém quer que aqueles que precisam tenham um auxílio que lhes garanta a dignidade. Se o que os funchalenses querem é que a medida central da atividade política e programática da sua cidade seja a distribuição avulsa de cabazes e apoios, na medida de migalhas, é o que saberemos no início do Outono.


Que Coligação?

A Confiança apresentar-se-á nas urnas como uma "coligação alargada" de cinco partidos, até porque já deixou cair um deles antes mesmo do tiro de partida. Mas que valem esses partidos? Terão neste momento existência social e eleitoral de facto, ou assemelham-se àqueles partidos fantoche que acompanhavam os Partidos Comunistas nos governos dos regimes Estalinistas e Maoistas, encenando coligações inexistentes? Se excluirmos o BE, que mesmo assim teve uns paupérrimos 1,7% nas últimas regionais, e agora totalmente satelizado pelo executivo autárquico, quanto valem os outros partidos nas últimas ocasiões onde concorreram sozinhos na Madeira? O PAN, o melhorzinho, teve 3,7%, 1,4% e 1,8%, respetivamente nas últimas europeias, regionais e legislativas. O PDR teve 0,8%, 0,42% e 0,3%!! O MPT 0,3% nas regionais e legislativas, não concorrendo às europeias. O Nós Cidadãos 0,9% e 0,1%, não tendo concorrido às regionais. Isto é uma coligação?...

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