O povo judeu dava uma grande importância aos documentos genealógicos para provarem a sua descendência e filiação na genealogia do Rei David. Dum modo especial as famílias da aristocracia de Jerusalém, mas também os humildes camponeses de Nazaré tinham a mesma preocupação, conservavam com muito cuidado os nomes gloriosos dos descendentes do rei David, do qual, segundo as Escrituras, deveria nascer o Messias. O escritor Eusébio de Cesareia narra que alguns nazarenos guardavam cópias ou conservavam na memória a sua nobreza que provinha de Cristo, o Messias.

São Mateus e São Lucas, no início dos seus evangelhos, descrevem as genealogias que deviam ter origem em vários documentos e, provavelmente, nalguns dos familiares de Jesus. As genealogias nem sempre coincidem, para São Mateus o pai de José é Jacob, para São Lucas é Héli, mas convergem no que diz respeito ao rei David; para Mateus Jesus descende de Salomão, para Lucas descende de um outro filho de David, Natan, mas as duas convergem no nascimento virginal de Jesus. É provável que a genealogia de Lucas seja a de Maria, Mãe de Jesus e não a de José, que provem de Mateus. Após a morte de Tiago, filho de Zebedeu, no ano 43 ou 44, executado por Agripa I, os familiares de Jesus, que ainda eram numerosos, reuniram-se para escolher o seu sucessor na pessoa de Simeão, filho de Cléopas.

O futuro imperador Vespasiano, no ano 70, após a destruição de Jerusalém, temendo que os familiares de Jesus se revoltassem contra Roma por serem de uma tribo real, procurou aniquila-los. O imperador Domiciano prendeu os dois filhos de Judas, primo de Jesus, interrogou-os sobre as suas riquezas, eles responderam que eram dois pobres que pagavam o tributo a César e tinham um campo que trabalhavam para viverem.

A Bíblia fala dos "irmãos de Jesus", mas nunca afirma que eram filhos de Maria. Tiago, Menor ou o Pequeno, devia ser catorze anos mais velho que Jesus, tendo nascido 20 ou 19 antes de Cristo. Quando Jesus com doze anos subiu a Jerusalém para a cerimónia chamada Bar Mitzva, Tiago deveria ter 24 ou 26 anos; como os homens se casavam pelos 20 anos e as mulheres pelos 16, isto significa que José, esposo de Maria, teria 35 anos ou talvez já estivesse morrido, a sua esposa Maria, deveria cuidar não apenas de Jesus, mas também das outras crianças da família. Jesus era um artesão que sabia trabalhar com a madeira e o ferro, ofício que requer habilidade, inteligência e certa robustez física, para fazer trabalhos relacionados com o mundo agrícola, sendo provável que se dirigisse a Séforis, grande cidade romana, muito próximo de Nazaré, que estava em construção, sendo a capital da Galileia. Tiago e um outro "irmão de Jesus" poderiam trabalhar numa oficina ao lado de José e Jesus. O estatuto social da família de Jesus, numa povoação com cerca de 500 pessoas, gozava de bom nome entre os pequenos proprietários agrícolas, em grau inferior estavam os jornaleiros que todos os dias tinham de dirigir-se à praça da cidade para serem contratados a trabalhar.

Os "irmãos de Jesus" formam um grupo que se distingue dos discípulos que Jesus chamou para partilharem da sua vida missionária, mais tarde "os irmãos de Jesus" passarão a ser chamados "irmãos do Senhor." O mais conhecido é o Tiago Menor a quem São Paulo, na carta aos Gálatas (1,19), chama o "irmão do Senhor", há quem afirme e quem negue que seja o Tiago conhecido como Menor ou Pequeno, filho de Alfeu e de Maria e irmão de José, não é também o Tiago, filho de Zebedeu. São Paulo chama a Tiago "coluna" da Igreja com Pedro (Cefas) e João. No ano 43 ou 44, quando Pedro deixa a cidade de Jerusalém, Tiago é o único que permanece na cidade até à sua morte no ano 62 d. C. por instigação do sumo sacerdote Anás, contra a vontade dos fariseus, grupo donde provinha um grande numero de convertidos ao cristianismo.

A mãe de Tiago aparece no Calvário (Mc.15,40), talvez mulher de Cléofas e irmã da Mãe de Jesus, como afirma São João (Jo.19,25).