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Artigo de Opinião

Directora Business Development

2/03/2022 08:00

Algo que aprendi quando estava a estudar Psicologia e que me chocou bastante foi o porquê dos bebés que cresciam em orfanatos na Roménia, nos anos 80 (e eram aos milhares), não chorarem. Simplesmente aquelas crianças tinham deixado de chorar porque ninguém vinha pegar-lhes ao colo e atender as suas necessidades emocionais. Apenas eram alimentadas e tratadas nas suas necessidades fisiológicas. Já não choravam porque estavam deprimidas. Esta experiência de negligência e de falta de contacto amoroso provou ter diversos efeitos danosos no desenvolvimento cognitivo, no desenvolvimento motor e na aquisição da linguagem. Aquelas crianças demonstram ter déficits nos seus comportamentos sócio-emocionais e maior propensão para desordens psiquiátricas, tristemente. Este exemplo ilustra muito bem, o impacto do amor (ou da falta dele) na nossa vida.

Quando somos crianças, os nossos pais (ou figuras equiparadas) são a nossa principal fonte de suporte afetivo e social. Já na adolescência, os nossos pares assumem um papel central através do vínculo de pertença que estabelecemos com os mesmos e na idade adulta, é o par amoroso que assume este protagonismo, de ser a fonte principal de suporte social (seguido de perto pelos amigos).

Vamos nos debruçar sobre o amor romântico, aquele tão desejado, o das borboletas na barriga. O casamento ou o estado marital configura uma relação tão significativa que afeta grandemente de forma positiva ou negativa a nossa saúde física e emocional. De tal maneira que estudos demonstram que as pessoas "casadas", que perpepcionam a sua relação como satisfatória, sofrem menos depressões, ansiedade e outras perturbações mentais. O oposto também se verifica. Pessoas que percepcionam as suas relações amorosas como menos satisfatórias sofrem de mais stress e vêem os seus índices de felicidade diminuídos.

Quer isto dizer que eu preciso de amor para ser feliz? Exatamente! E não necessita de ser necessariamente amor romântico, pode ser amor fraterno, amor paterno, amor de amizade ou todos simultaneamente!

E quais são os principais ingredientes para uma relação amorosa equilibrada? Existem diversas respostas a esta pergunta, consoante diferentes teorias. Reuni aquelas que são mais consensuais e deixo-vos aqui humildemente a minha "receita" para o amor.

Intimidade, paixão e compromisso: sem estes três construtos uma relação dificilmente será harmoniosa. Empatia: capacidade de perdoar e aceitar o outro como ser imperfeito. Está intimamente ligado a baixar expectativas irrealistas. Não exigir que o outro preencha todas as minhas necessidades emocionais. Responsabilidade: eu sou primeiramente responsável por cuidar de mim e manter-me em equilíbrio através de atividades que me providenciem diversão e entusiamo. Eu também sou responsável por contribuir ativamente para que esta relação seja mais positiva. Conexão: planear momentos a dois, olhar nos olhos, abraçar muito. Fazer planos para o futuro. Investir numa comunicação afetiva. E por último e não menos importante: focar nas características boas que o outro tem.

O mundo precisa de mais amor, não é verdade? E ele começa, literalmente em nós.

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