Sou racionalista. Inclusive na Religião que pratico. É a Razão que me conduz a Deus e que me matura a Fé.
Portanto, avesso a dogmas. Sobretudo na Política. Esta implica a Liberdade de pensamento.
Implica o debate e as reflexões consequentes. Implica o pragmatismo e a Ética do primado da Pessoa Humana, logo também da Solidariedade.
Faço esta reafirmação de Princípios por causa da dogmatização retrógrada sobre “direita” e “esquerda”.
Esta distinção, velha e desactualizada, vem da tradição antiga de, nos Parlamentos, os grupos mais conservadores se sentarem à direita da Mesa da Assembleia, e os que pretendiam mudanças mais profundas, postarem-se à esquerda.
Hoje, a mediocridade política e de alguma comunicação “social”, dogmática e polarizadamente mantém estes conceitos que o tempo descaracterizou.
Inadequados e incompletos porque, primeiro, o pluralismo de tonalidades políticas criou a existência de vários Grupos que, num Centro entre as “direitas” e as “esquerdas” velhas, cada um no Seu Projecto articulou COM LÓGICA posições que tradicionalmente eram apenas de um desses dois lados antigos.
Segundo, as ditaduras são todas totalitarismos.
Qualquer delas, seja em nome da “esquerda”, seja em nome da “direita”, comete ou cometeu crimes gravíssimos contra a Humanidade.
O totalitarismo, seja com que rótulo fôr, é sempre FASCISMO.
Daí que, hoje, a Ciência Política use o termo MARXO-FASCISTA para todas as ditaduras que invocam pertencer à “esquerda”.
Feito o intróito, vamos ao resto deste texto, escrito em interrogação dirigida à Razão de cada Leitor. Num estilo chamado “discurso de Marco António”, que se diz pronunciado quando do assassinato de Júlio César.
Afinal, quem em Portugal, anda a querer proibir Partidos Políticos?
Afinal, quem, antes e depois de Abril 1974, sempre teve uma prática política de “discurso do ódio”?
Afinal, quem anda a defender a Censura na Informação digital?
Afinal, quem é contra os Direitos das Mulheres, defendendo “culturas” reacionárias e machistas, só para apoiar o Islão quando na tentativa de destruir a Democracia?
Afinal, em Portugal, alguém tem dúvidas sobre quais são os Partidos que querem impôr-nos uma ditadura?
E venhamos concretamente à Madeira.
Que Governo da Madeira permitiu “a terra a quem a trabalha”, a única e tranquila Reforma Agrária em Portugal? Quais os a favor da Autonomia Política e quais os que não são? E quais os a favor da descentralização político-administrativa de Portugal Continental?
Afinal, quais os que assumem e quais os que não assumem estas posições que, no passado, se dizia serem património exclusivo da “esquerda” tradicional?
Que Governos madeirenses, já neste século e também agora, atingiram números do mais baixo desemprego, quer no País, quer na Europa? E que estruturaram e consolidaram processos de Concertação Social durante decénios?
Que Governos madeirenses generalizaram a Educação e conquistaram uma Universidade, construíram as infraestruturas necessárias a tal generalização, quer na Ciência e Conhecimento, quer na Cultura, quer no Desporto?
Que Governos madeirenses criaram um Sistema de Saúde que engloba articuladamente público, privado e Instituições de solidariedade social? Que Governo está a construir um Hospital Universitário? Quais os Governos da Região que vêm constituindo os mais diversos de apoio à Terceira Idade e levaram Centros de Saúde a praticamente todas as Freguesias?
Quem é contra o assistencialismo que veio iniciar um processo de destruição do Estado Social, eternizando a pobreza, diminuindo a Produtividade necessária ao crescimento de um Rendimento Bruto do território, o qual, por sua vez, permitiria a sua justa distribuição, mormente melhores Salários?
Que Governos madeirenses lançaram Habitação pública em todo o Arquipélago, intervindo assim a corrigir o mercado de arrendamento, e nestes imóveis estabelecendo rendas de acordo com cada Rendimento Familiar nesse momento?
Que Governos madeirenses criaram e defendem o Centro Internacional de Negócios, contra o colonialismo, contra preconceitos de iletracia financeira e contra “conhecidos” interesses nacionais e internacionais?
E que Governos da Madeira “meteram os ombros” para melhores infraestruturas de Mobilidade, quer internas, quer com o exterior do nosso território, bases do Desenvolvimento crescente que hoje se vive?
Que Governos da Madeira, desde logo o início da Autonomia, com a intensa participação de Trabalhadores do melhor, ganharam as batalhas da Energia e da Água?
E a Estratégia para os Grupos Económicos Madeirenses crescerem, reduzindo-se a dependência do exterior?
Sobretudo. Quem, por não esperar por um futuro de possibilidades incertas, criou uma nova Qualidade de Vida imediatamente ao alcance do Povo Madeirense, sem receios de recorrer a uma Dívida Pública, cuja amortização se vem fazendo indolor?
E há mais perguntas. Ficam para próximo...
Afinal... “Esquerda”?... “Direita”?...