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Milhares de mascarados divertem-se no Carnaval de Torres Vedras (com fotos)

Data de publicação
02 Março 2025
21:04

O casal Amélia e Joaquim Firme mascaram-se há 17 anos de idosos no Carnaval de Torres Vedras, evento onde se conheceram e casaram há mais de 30 anos e onde regressam todos os anos.

“Conhecemo-nos no Carnaval de Torres Vedras há 37 anos e casámos há 33”, contam à agência Lusa os elementos do casal, ele disfarçado de “ela” e ela de “ele”.

A residir no concelho, seguem as tradições e o espírito do Carnaval de Torres Vedras.

“Saímos todos os dias. Toda a gente se diverte com a nossa máscara e nós com as pessoas. Até o nosso cérebro fica livre de todos os problemas”, confessam à agência Lusa.

Mascarado de jornais, com notícias censuradas pela ditadura que a Revolução do 25 de Abril de 1974 veio pôr fim há 50 anos, data comemorativa a que o Carnaval de Torres Vedras se associou este ano, segue no desfile o grupo “As Ribeirinhas”.

“Quando é para satirizar e brincar qualquer tema serve”, refere Filipa Coelho, um dos 55 elementos do grupo, que escolheu para a manchete “notícias satíricas sobre o que acontece localmente”.

Apesar das poucas horas de sono, “divertem-se muito” e participam “com muito gosto”.

Oriunda de Castelo Branco, Helena Lopes “já tinha visto o Carnaval na televisão, mas nunca ao vivo e está a gostar muito”.

Também Mariana Branco veio de Almeirim pela primeira vez ao Carnaval de Torres Vedras.

“Já queria vir há imenso tempo, porque ouvia dizer que era o melhor Carnaval pelo ambiente que tem e pela sátira, diferente dos outros e é para repetir”, diz.

Por entre milhares de mascarados, desfilam também os carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social.

Um deles simboliza a ‘disfunção do 25 de Abril’: A imagem típica de Salgueiro Maia que surge dentro de uma chaimite é aqui alterada por um órgão genital sem ereção e o Zé Povinho a segurar na mão o remédio para a disfunção erétil.

“Os ideais que a revolução nos trouxe não estão tão vigorosos, não estão tão presentes quanto isso e nós quisemos retratar isso numa brincadeira satírica para o nosso carnaval”, explica à agência Lusa o autor e construtor Hélder Silva.

Num outro carro alegórico, onde se lê “cuidado com a tua opinião”, reflete-se sobre a liberdade de expressão, um direito que corre o risco de ser posto em causa, na era da comunicação e das redes sociais.

Num outro carro, vários líderes mundiais tais como Trump, Putin e Netanyahu surgem sentados em sanitas.

O Carnaval de Torres Vedras, com um orçamento de 1,1 milhões de euros, espera receber mais de meio milhão de visitantes até quarta-feira, com os habituais desfiles de milhares de mascarados e dos carros alegóricos.

A diversão continua noite dentro em várias praças ao ar livre e bares e discotecas da cidade.

São estimadas receitas de, pelo menos, 12 milhões de euros na economia local.

Em 2023, o Carnaval de Torres Vedras foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional por ser considerado ‘o mais português de Portugal’ e se manter fiel às tradições do Entrudo português e quer candidatar-se a património imaterial da UNESCO, cujo dossiê deverá ser entregue até 15 de março.

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