Um grupo de antigos presidentes do Sindicato dos Jornalistas apelou à participação dos profissionais de comunicação social na greve geral de 11 de dezembro, argumentando que a revisão das leis laborais proposta pelo Governo representa “um gigantesco ataque à dignidade de quem trabalha”, com impacto direto na profissão.
Na nota divulgada, Cesário Borga, José Pedro Castanheira, Joaquim Letria, António Matos, Diana Andringa, Alfredo Maia e Sofia Branco lembram que os jornalistas, “tal como os outros trabalhadores”, enfrentam baixos salários, vínculos frágeis e condições laborais precárias — fatores que, afirmam, serão agravados pela revisão legislativa em curso.
Embora reconheçam os deveres próprios da profissão, sublinham que os jornalistas “não estão limitados nos seus direitos enquanto trabalhadores, o que inclui o direito à greve”. Acrescentam que a revisão das leis laborais poderá aumentar a precariedade no setor, afetando a liberdade de imprensa e, por consequência, “a qualidade da democracia”.
Os signatários defendem que o jornalismo, enquanto espelho da comunidade, deve estar atento às “aspirações e reivindicações” da sociedade e manter-se solidário com os mais vulneráveis, denunciando retrocessos nos direitos sociais. Participar na paralisação, afirmam, é “ficar do lado certo da História”.
Considerando “desastroso” o potencial impacto da proposta laboral na vida dos trabalhadores, os antigos dirigentes do Sindicato dos Jornalistas alinham-se com o apelo da atual direção e pedem uma “adesão em massa” à greve geral, classificando-a como essencial para travar “novos avanços da precariedade” no setor e no país.