A administração da Global Media Group (GMG), liderada por Marco Galinha, responsabilizou hoje as gestões anteriores do Diário de Notícias (DN), depois de uma "carta aberta" ter alertado para a "degradação" do jornal.
Num comunicado, a administração da Global Media Group (GMG) disse que, no seguimento dessa "carta aberta" vem "esclarecer que a atual administração, liderada por Marco Galinha, assumiu funções em 2021, sendo a maioria dos factos enunciados referentes a gestões anteriores".
O Conselho de Redação e as delegadas sindicais do DN entregaram esta terça-feira uma "carta aberta" ao Presidente da República, na qual apelam para que se mobilize "na defesa de uma inversão no rumo da degradação" do título.
"Dirigimo-nos a todos os que em Portugal percebem a necessidade de pluralismo na comunicação social para que o princípio democrático se mantenha forte. É a estes que a redação do DN vem apelar para que connosco se mobilizem na defesa de uma inversão no rumo de degradação do DN enquanto jornal de referência", lê-se no documento.
A administração da GMG, por sua vez, apontou que o atual período de gestão se enquadra "num contexto global desafiante, marcado pela incerteza, onde grandes órgãos de Comunicação Social procedem a reestruturações profundas, enquanto a Global Media tem feito um esforço no sentido de equilibrar os resultados e de estabilizar as redações e os seus trabalhadores, projetando a sustentabilidade do Grupo a médio prazo".
A gestão da empresa, que detém o DN, referiu que o jornal "regressou às bancas, diariamente, na sua versão impressa", apontando que este é "um sinal da valorização da história do jornal e de reconhecimento do trabalho desenvolvido por todos aqueles que se dedicaram e dedicam ao mais antigo jornal diário português".
A administração garantiu ainda que "não se verificaram despedimentos coletivos por decisão da atual administração, tendo ocorrido duas rescisões amigáveis até esta data, decorrentes do processo iniciado em julho de 2022", destacando que "no final de dezembro de 2020 o Diário de Notícias tinha 30 jornalistas e neste momento tem 28, não se verificando a "degradação" de recursos referida".
Os signatários da "carta aberta", por sua vez, apontaram que "três despedimentos coletivos nos últimos 14 anos (2009, 2014 e 2020) e rescisões ditas 'amigáveis', como as que foram tentadas no último mês, têm vindo a esvaziar o DN dos seus quadros mais qualificados", referindo que neste momento "a redação está nos mínimos de sobrevivência, longe de poder medir os seus recursos com os concorrentes diretos e continuar a honrar a sua história de 158 anos".
Aliás, entre os generalistas da GMG - DN, JN e TSF, "este é o que tem sido mais duramente sangrado: dos 17 jornalistas incluídos no último despedimento coletivo na empresa, oito eram" do Diário de Notícias, referiram.
A gestão, no seu comunicado, assegurou ainda que "não se verificou, com a atual gestão, qualquer atraso no pagamento de salários, incluindo isenção de horários e horas extraordinárias, aos colaboradores da GMG" e que "desde que se iniciou o processo de restruturação, os resultados apresentados encontram-se muito perto do terreno positivo, registando-se uma massiva redução da dívida (em mais de 13 milhões de euros), sendo hoje o GMG um grupo que praticamente não tem dívida bancária", garantiu.
O DN "não vê, há sucessivas administrações, e ao contrário do que souberam fazer os seus principais concorrentes, qualquer investimento ou sinal de revitalização" e "mesmo a recente valorização do Arquivo do Diário de Notícias como Tesouro Nacional aconteceu malgrado sucessivas tentativas internas de o descaracterizarem e de o integrarem num arquivo geral do grupo, sem atender ao seu ADN próprio", denunciou, por sua vez, a "carta aberta".
Lusa