O Presidente francês e os primeiros-ministros da Alemanha e da Índia defenderam hoje que são precisas investigações cuidadosas sobre a origem da explosão do míssil que matou, na terça-feira, duas pessoas na Polónia, para não "tirar conclusões precipitadas".
"Num assunto tão sério, temos de ter cuidado com quaisquer conclusões precipitadas" e esperar por "uma investigação cuidadosa", atualmente ainda em curso, considerou o chanceler alemão, Olaf Scholz, em conferência de imprensa hoje realizada à margem da cimeira do G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia), que decorre na Indonésia.
"Estamos, obviamente, a trocar informações dos nossos serviços de segurança para coordenar a investigação", disse, após um encontro entre os países da Aliança Atlântica (NATO) presentes no G20.
Scholz referiu ainda que um dos resultados do G20 é o reforço do isolamento do Presidente russo, Vladimir Putin.
"Tenho certeza de que um resultado desta cimeira é que o Presidente russo está, com sua política, quase sozinho no mundo", disse.
Também o Presidente de França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, apelaram à realização das "verificações necessárias" para apurar a origem da explosão na Polónia, perto da fronteira com a Ucrânia.
Os dois líderes, que estiveram hoje reunidos num pequeno-almoço à margem do G20, reafirmaram o compromisso com a paz e discutiram as consequências da guerra no mercado de energia e na segurança alimentar.
Os dois responsáveis sublinharam, de acordo com uma mensagem divulgada pela presidência francesa, que "esta crise deve constituir um acelerador" para a transição energética e prometeram trabalhar em conjunto e aprofundar os laços bilaterais.
Macron também expressou a Modi a "disponibilidade de França" para colaborar com a Índia face às dificuldades do mercado agrícola.
Um míssil, cuja origem permanece desconhecida, atingiu, na terça-feira, o território polaco, matando duas pessoas e provocando uma condenação unânime dos líderes ocidentais.
Apesar de as primeiras indicações apontarem para o fabrico russo do míssil, o jornal britânico Financial Times avança hoje que pode ter sido disparado pela defesa aérea da Ucrânia, segundo informações partilhadas numa reunião do G7 e dirigentes da NATO.
Também o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em Bali, após uma reunião de emergência, que havia informações preliminares que punham em causa que o míssil tivesse sido disparado a partir da Rússia.
"É improvável nas linhas de trajetória que tenha sido disparado da Rússia, mas veremos", disse Biden aos jornalistas.
A Rússia negou qualquer responsabilidade no incidente.
Se se confirmar que o míssil foi disparado pela Rússia, seria o primeiro ataque a um país da NATO desde que Moscovo lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 24 de fevereiro.
Lusa