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Ucrânia: Zelensky diz-se disposto a uma “troca” de territórios com a Rússia

Data de publicação
11 Fevereiro 2025
20:44

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou-se hoje disposto a “uma troca” de territórios com a Rússia, no contexto de eventuais negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, considerando que a Europa sozinha não conseguirá garantir a sua segurança.

Se o Presidente norte-americano, Donald Trump, conseguir levar a Ucrânia e a Rússia à mesa das negociações, “trocaremos um território por outro”, assegurou Zelensky, numa entrevista ao diário britânico The Guardian, embora acrescentando não saber que território pediria Kiev em troca.

“Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há nenhuma prioridade”, afirmou.

“Há quem diga que a Europa pode oferecer garantias de segurança sem os norte-americanos, e eu continuo a dizer que não”, insistiu o chefe de Estado ucraniano.

“As garantias de segurança sem os Estados Unidos não são verdadeiras garantias de segurança”, acrescentou.

Zelensky encontrar-se-á com o vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique, na sexta-feira.

O regresso ao poder de Donald Trump, que se comprometeu a acabar rapidamente com a “carnificina” da guerra na Ucrânia, reacendeu as conjeturas em torno de negociações de paz.

Na segunda-feira, Trump anunciou para breve uma visita à Ucrânia do seu enviado especial, Keith Kellogg, encarregado de preparar um plano para pôr fim ao conflito, quase três anos após a invasão do país vizinho iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.

Volodymyr Zelensky rejeitou durante muito tempo a ideia de negociações, afirmando querer vencer a Rússia no campo de batalha. Mas a Ucrânia está a ter dificuldades em deter Exército russo, que está a conquistar terreno no leste do seu território.

Ao diário britânico The Guardian, o Presidente ucraniano declarou-se disposto a negociar, mas sublinhando que quer fazê-lo “a partir de uma posição de força”.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

As Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram depois a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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