O Presidente bielorrusso pediu hoje ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, para “não recuar” nos seus esforços para alcançar a paz na Ucrânia e aos líderes europeus para não obstruírem o processo com “gritos estridentes”.
“Agora, depende muito da posição de Trump e dos Estados Unidos. O importante é que não recue na sua posição. É um homem de caráter, impulsivo por vezes. Que não se canse de tudo isso disso e não se afaste”, disse Alexandr Lukashenko numa entrevista a um canal de televisão norte-americano, segundo a agência de notícias BELTA.
O líder bielorrusso, no poder desde 1994 e considerado o último ditador da Europa, insistiu que, se Trump “continuar a persistir no seu plano, haverá um resultado”.
“Os europeus não têm de interferir neste assunto com os seus gritos estridentes”, acrescentou.
No entanto, declarou que, se Trump se desiludir, “a guerra continuará” até que “prevaleçam forças na Ucrânia que obriguem [o Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky a aceitar a paz”.
“E estas forças obrigarão Zelensky a procurar a paz assim que a frente de batalha ruir completamente. Embora o início deste processo já seja visível”, afirmou.
Segundo Lukashenko, “todas as guerras terminam em paz. É um clássico. E esta guerra terminará em paz. Quanto mais cedo, menos pessoas morrerão”, avaliou.
O mais perigoso, de acordo com o líder bielorrusso, é que o conflito continue, pois isso poderia levar a uma escalada “com consequências graves para a Europa e para o mundo”.
“Por isso, é necessário conter a guerra enquanto ainda é possível. Agora, como nunca antes, existe uma hipótese, depois de os norte-americanos se terem envolvido seriamente nesta questão”, referiu.
A Bielorrússia e os Estados Unidos estão a viver um degelo nas relações após reuniões no passado fim de semana entre Lukashenko e o enviado da Casa Branca, John Cole. Minsk concordou em perdoar 123 prisioneiros, incluindo importantes líderes da oposição, em troca da suspensão das sanções ao potássio bielorrusso.