A polícia paquistanesa deteve hoje dezenas de apoiantes do ex-primeiro-ministro Imran Khan por atacarem polícias no fim de semana em frente a um tribunal de Islamabad onde deveria comparecer por acusações de corrupção.
As detenções foram as mais recentes, em pleno clima de tensão, quando decorrem processos legais contra Khan, agora líder da oposição, desde a sua deposição na sequência de uma moção de censura no Parlamento, em abril passado.
Nos últimos dias foram já 198 os apoiantes de Khan detidos em Islamabad, acusados de terem lançado bombas incendiárias e pedras contra a tropa de choque que procurou dispersar as manifestações de protesto.
No sábado, a polícia invadiu a residência de Khan - na cidade de Lahore, no leste do país - e deteve 61 suspeitos, apreendendo armas e munições após confrontos com os seus apoiantes.
No momento da operação policial, Khan não se encontrava em casa, tinha viajado para Islamabad para comparecer em tribunal para responder por acusações de ter vendido presentes do Estado que tinha recebido durante o seu mandato.
Contudo, o ex-primeiro-ministro acabou por não se apresentar perante o tribunal de Islamabad, obrigando o juiz a adiar a audiência para 30 de março.
No domingo, a polícia de Islamabad apresentou acusações contra Khan, 17 dos seus assessores e dezenas de apoiantes, acusados de terrorismo e ofensas relacionadas com os confrontos em Islamabad no dia anterior.
Khan nega quaisquer irregularidade e denunciou que a sua deposição foi uma conspiração do atual Governo, com a cumplicidade dos Estados Unidos.
Khan também disse haver planos para o assassinarem, desde que foi ferido, em novembro passado, durante um tiroteio, quando liderava uma manifestação.
LUSA