A Suécia quer integrar o fundo de investimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) assim que concluir o processo de adesão, que está pendente da ratificação pela Turquia e Hungria, divulgou hoje o executivo sueco.
Até hoje 23 dos 31 Estados-membros da NATO contribuem para este fundo que já agregou mil milhões de euros para a inovação da Aliança Atlântica.
"Enquanto membro da NATO, a Suécia vai contribuir para fortalecê-la, não apenas com a sua localização geoestratégica e capacidades militares, mas também através de uma indústria de segurança e defesa vibrante e que vai promover a inovação e desenvolvimento tecnológico de ponta", sustentou o ministro da Defesa sueco, Pål Jonson, citado num comunicado.
A Suécia está mais próxima da adesão à NATO, depois do sinal político dado pelo Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante a cimeira da Aliança Atlântica, na Lituânia, em julho.
Estocolmo iniciou o processo de adesão no ano passado, em simultâneo com a Finlândia, mas Helsínquia concluiu-o em abril deste ano, enquanto a Suécia está a aguardar uma ratificação pelos parlamentos turco e húngaro.
Um dos argumentos apontados pela Turquia para bloquear a adesão sueca era o facto de Estocolmo dar asilo a elementos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara classifica como uma organização terrorista, providenciando-lhes uma base para coordenarem as operações em solo turco.
O PKK está acusado de tentar depor Erdogan em 2016 e de promover um movimento insurgente no país que já provocou inúmeras vítimas.
As negociações entre os dois países estão a decorrer há meses, mas sofreram vários reveses, o último no final de junho, quando um homem queimou uma cópia do Corão em frente a uma mesquita em Estocolmo.
A Suécia, país que criticou no passado o desrespeito pelos direitos humanos pelo Estado turco, acedeu a parte dos pedidos de Ancara através do reforço das leis antiterroristas, que entraram em vigor em 01 de junho, e também concordou com a extradição de alguns dissidentes para a Turquia.
Contudo, Estocolmo recusou extraditar um jornalista acusado de apoiar o PKK, mas que, ao abrigo da lei sueca, não pode ser acusado de estar envolvido em atividades terroristas, o que manteve o clima de tensão entre os dois países.
Na semana passada, a Turquia comprometeu-se a ratificar a adesão da Suécia em outubro.
Segundo referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, o Governo da Turquia submeterá a votação no parlamento a adesão da Suécia à NATO quando este órgão de soberania reabrir, a 01 de outubro, após as férias de verão.
LUSA