Um rapaz palestiniano de três anos morreu hoje depois de ter sido ferido a tiro por tropas de Israel na semana passada na Cisjordânia, anunciou fonte hospitalar israelita.

Mohammed al-Tamimi foi atingido por um tiro na cabeça na quinta-feira perto da aldeia de Nebi Saleh, na Cisjordânia ocupada, quando se encontrava no automóvel do seu pai.

A criança foi transportada de avião para o Hospital Sheba, em Israel, que hoje divulgou a sua morte.

Os militares israelitas disseram que abriram fogo após homens armados terem atirado contra um posto de guarda israelita num colonato judeu próximo.

Entretanto, o pai da criança, Haitham al-Tamimi, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que tinha acabado de colocar o cinto de segurança no filho para irem visitar um tio quando a criança foi atingida pelo tiro.

O pai do rapaz também foi baleado, mas foi tratado num hospital palestiniano.

O exército israelita abriu uma investigação sobre o incidente. Grupos de direitos humanos, no entanto, dizem que tais investigações raramente levam a processos ou ações disciplinares contra soldados.

O tiroteio foi o último incidente da onda de violência de mais de um ano na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. Estes conflitos aumentaram desde que o novo Governo de extrema-direita de Israel, liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, assumiu o cargo no final de dezembro.

Quase 120 palestinianos foram mortos nas duas áreas este ano, sendo quase metade destes membros de grupos militantes armados, de acordo com um levantamento da AP.

Entretanto, jovens que atiraram pedras contra as tropas israelitas e outras pessoas não envolvidas nesta espiral de violência também foram mortas por militares de Israel.

Por outro lado, ataques palestinianos contra israelitas nestas áreas mataram 21 pessoas.

Israel ocupou a Cisjordânia e o leste de Jerusalém, juntamente com a Faixa de Gaza, numa guerra travada em 1967.

Cerca de 700.000 israelitas agora vivem em colonatos na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. A maior parte da comunidade internacional considera estes colonatos ilegais ou obstáculos para a paz.

Lusa