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Militares de Myanmar encerram centro de cibercrime e detêm mais de 2.000 pessoas

Data de publicação
20 Outubro 2025
20:58

As forças armadas de Myanmar (antiga Birmânia) encerraram um centro de cibercrime perto da fronteira com a Tailândia, detendo mais de 2.000 pessoas e apreendendo dezenas de terminais de Internet por satélite Starlink, informaram hoje os ‘media’ locais.

Segundo uma notícia publicada no jornal Myanma Alinn, o exército fez uma rusga no KK Park, um centro de cibercrime, no âmbito das operações iniciadas no princípio de setembro para reprimir a fraude ‘online’, o jogo ilegal e o cibercrime transfronteiriço.

O mesmo jornal publicou fotografias que mostravam equipamento Starlink apreendido e os soldados que estariam a efetuar a rusga, embora não fosse claro quando foram tiradas exatamente.

O KK Park situa-se nos arredores de Myawaddy, uma importante cidade comercial na fronteira com a Tailândia, no estado de Kayin, em Myanmar.

A Junta militar não controla totalmente a área, que também está sob a influência de milícias de minorias étnicas.

O major-general Zaw Min Tun, porta-voz da Junta militar, acusou hoje os principais líderes da União Nacional Karen, uma organização étnica armada que se opõe ao domínio do exército, de estarem envolvidos nos projetos fraudulentos do KK Park.

A organização de resistência armada nega qualquer envolvimento nas fraudes.

O jornal Myanma Alinn avançou ainda que o exército verificou que mais de 260 edifícios não estavam registados e que apreendeu diverso equipamento, incluindo 30 conjuntos de terminais de Internet por satélite Starlink.

A Starlink faz parte da empresa SpaceX do multimilionário Elon Musk e os terminais estavam ligados a esta rede avançada de satélites.

A empresa não tem operações licenciadas em Myanmar, mas pelo menos centenas de terminais foram contrabandeados para o país do sudeste asiático.

O mesmo jornal referiu que 2.198 pessoas foram detidas no âmbito desta operação das autoridades militares, que não deram pormenores sobre as nacionalidades dos detidos.

Myanmar é um país frequentemente associado a operações de cibercrime responsáveis por enganar pessoas em todo o mundo.

Normalmente, estas operações consistem em ganhar a confiança das vítimas nas redes sociais através de estratagemas românticos e de falsas propostas de investimento.

Os centros são famosos por recrutarem trabalhadores de outros países sob falsos pretextos, prometendo-lhes empregos legítimos e depois mantendo-os em cativeiro e obrigando-os a realizar atividades criminosas.

As operações fraudulentas estiveram no centro das atenções internacionais na semana passada, quando os Estados Unidos e o Reino Unido decretaram sanções contra os fundadores de um grande grupo cambojano de cibercrime, tendo o seu alegado líder sido acusado por um tribunal federal de Nova Iorque.

Enfrentando a pressão da China, os governos da Tailândia e de Myanmar lançaram uma operação em fevereiro na qual libertaram milhares de pessoas que trabalhavam de forma forçada com os grupos armados que governam as zonas fronteiriças do território birmanês.

A par do Myanmar, vários países do sudeste asiático albergam organizações criminosas envolvidas em casos de tráfico humano e cibercrime.

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