Cerca de mil pessoas concentraram-se ao início da tarde de hoje, frente ao local que poderá acolher uma futura embaixada chinesa no centro de Londres, para protestar contra o projeto, noticiou a agência AFP.
Há vários anos que a China tenta transferir a sua embaixada do bairro nobre de Marylebone para um local histórico nas imediações da Torre de Londres e da famosa Tower Bridge, que atravessa o rio Tamisa.
O projeto provocou uma reação negativa por parte dos residentes, ativistas dos Direitos Humanos e outras vozes críticas em relação a Pequim.
Rodeados por uma forte presença policial, alguns manifestantes seguravam cartazes com palavras de ordem como “O PCC (Partido Comunista Chinês) está a observar-vos, parem a mega-embaixada” e “Espaço para a liberdade de expressão”.
Parlamentares do Partido Conservador também estiveram presentes: “Isto tem a ver com o futuro da nossa liberdade e não apenas com o local da embaixada chinesa em Londres”, disse o deputado conservador e ex-ministro Tom Tugendhat aos jornalistas, temendo um “aumento da espionagem económica” e um “aumento do silenciamento dos opositores do Partido Comunista Chinês” no Reino Unido.
Os manifestantes, incluindo pessoas da diáspora de Hong Kong, tibetana, da perseguida minoria uígur e dissidentes chineses, querem mostrar que o local é “inapropriado, porque não há espaço suficiente para manifestações seguras” em frente ao edifício, de acordo com uma declaração divulgada antes do protesto por um coletivo de organizações de Direitos Humanos e pela Aliança Interparlamentar sobre a China, um grupo de autoridades eleitas europeias transnacionais.
Em 2022, o conselho municipal de Tower Hamlets, proprietário do local, rejeitou o projeto da embaixada, que foi anunciado como o maior do Reino Unido, mas o Governo trabalhista, que tem a palavra final, anunciou que tomará em breve uma decisão final.