O grupo islamista radical palestiniano Hamas considerou hoje positivas as palavras do presidente norte-americano, Donald Trump, ao condenar a eventual anexação da Cisjordânia por Israel, aprovada pelo parlamento.
“Está em linha com os interesses do cessar-fogo”, disse o porta-voz dos islamitas, Hazem Qasem, garantindo que o grupo extremista palestiniano, autor do atentado terrorista de 07 de outubro de 2023 que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, “está comprometido com as condições do acordo alcançado através dos mediadores” (Estados Unidos da América [EUA], Egito, Qatar, Arábia Saudita e Turquia).
Qasem desejou que Israel “cumpra com as suas obrigações, principalmente acabar com a ofensiva, levantando o cerco e permitindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, lê-se no diário palestiniano Filastin.
O mesmo responsável disse que o Hamas está em busca de um “consenso nacional para resolver todos os assuntos pendentes sobre a formação de um novo governo em Gaza, no pós-guerra”, referindo-se a uma reunião de várias fações palestinianas realizada na quinta-feira, no Egito.
Este encontro no Cairo contou com a participação da Al-Fatah (fundada pelo antigo líder palestiniano e Nobel da Paz Yasser Arafat), segundo fontes palestinianas, e destinou-se a procurar consenso quanto à formação de uma nova cúpula de transição, constituída por tecnocratas, a deverá ainda incluir o atual presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, em breve, assim como responsáveis políticos egípcios.
“O atual período é perigoso não só para o Hamas, mas para todo o povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia”, continuou Qasem, sublinhando que o grupo islamista recebeu garantias por parte dos mediadores do conflito de que “a guerra acabou de forma efetiva” e que a proposta de Trump supõe “o seu fim”.
O porta-voz daquela organização palestiniana declarou ainda que os patrocinadores do acordo vão sendo notificados de todas as violações do cessar-fogo protagonizadas pelas Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) e condenou que o governo do israelita Benjamin Netanyahu mantenha fechada a fronteira de Rafah (Egito), impedindo assim a entrada de ajuda e o tratamento de palestinianos feridos ou doentes.