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EUA dizem que renunciar às fronteiras da Ucrânia anteriores a 2014 “não é concessão” a Putin

Data de publicação
13 Fevereiro 2025
17:40

O secretário da Defesa norte-americano defendeu hoje que a renúncia pela Ucrânia às fronteiras que tinha antes da anexação da Crimeia em 2014 não é uma “concessão” ao Presidente russo mas um “reconhecimento das duras realidades do poder”.

“Apontar simplesmente para o realismo, como o facto de as fronteiras não voltarem a ser o que todos gostariam que fossem, antes de 2014, não é uma concessão a Vladimir Putin. É um reconhecimento das duras realidades do poder no terreno”, disse Pete Hegseth numa conferência de imprensa após a reunião de hoje dos ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas.

Hegseth já tinha afirmado, em outra reunião do grupo de contacto para o conflito ucraniano, realizada na quarta-feira, que “não é realista” que a Ucrânia possa regressar às fronteiras anteriores a 2014, quando a Rússia começou a ocupar os seus territórios, nem que possa aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em resultado de um acordo de paz.

“Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica seja um resultado realista de um acordo negociado”, sublinhou, acrescentando que ‘em vez disso, qualquer garantia de segurança deve ser apoiada por tropas europeias e não europeias’.

“Para ser claro, como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas norte-americanas na Ucrânia”, frisou.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que “não haverá negociações bem-sucedidas” para o fim da guerra na Ucrânia ou “paz duradoura” sem a participação de ucranianos ou europeus no processo, dada a anunciada mediação norte-americana.

“Não haverá negociações credíveis e bem-sucedidas, nem paz duradoura, sem a Ucrânia e sem a União Europeia (UE)”, escreveu António Costa na rede social X.

“A paz na Ucrânia e a segurança da Europa são indissociáveis. A paz não pode ser um simples cessar-fogo e a Rússia não deve continuar a ser uma ameaça para a Ucrânia, para a Europa, para a segurança internacional”, elencou ainda o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE.

A posição de António Costa surge um dia depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, terem mantido uma longa conversa telefónica em que, entre outros assuntos, discutiram a guerra na Ucrânia e comprometeram-se a iniciar “de imediato” negociações sobre o assunto.

Posteriormente, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou ter falado igualmente ao telefone com o homólogo norte-americano sobre as “possibilidades de alcançar a paz” na Ucrânia.

Ainda hoje, a Comissão Europeia afirmou que o Presidente russo, Vladimir Putin, “não pode obter uma recompensa pela sua agressão” contra a Ucrânia, na sequência dos telefonemas que Donald Trump teve com os seus homólogos russo e ucraniano sobre negociações de paz.

“Devemos ter presente que a Rússia é o agressor e não pode obter uma recompensa pela sua agressão”, disse a porta-voz do executivo comunitário, Paula Pinho, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.

Na quarta-feira, a chefe da diplomacia da UE considerou que “não é possível chegar a um acordo sem europeus ou ucranianos” na guerra na Ucrânia causada pela invasão russa.

“Qualquer que seja o acordo, os europeus e ucranianos são os que irão implementá-lo, pelo que não é possível chegar a um acordo sem europeus ou ucranianos. A implementação é importante”, afirmou a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, em entrevista à Lusa e outras agências europeias em Bruxelas no âmbito do projeto Redação Europeia (European Newsroom).

Após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter levantado a possibilidade de a Ucrânia se tornar russa um dia, a responsável apontou nas mesmas declarações: “Há todo o tipo de declarações, claro, que surgem a toda a hora e nós estamos a lê-las, a ouvi-las, mas não estamos a reagir sempre que há uma declaração”.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito de quase três anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

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