Os Estados Unidos acusaram hoje a África do Sul de perseguir funcionários norte-americanos que trabalham no acolhimento de ‘afrikaners’, descendentes dos primeiros colonos europeus que a administração Trump considera perseguidos, ameaçando Pretória com “consequências graves”.
“Os Estados Unidos condenam com firmeza a recente detenção pelo Governo sul-africano de funcionários americanos que cumpriam o seu dever prestando ajuda humanitária aos ‘afrikaners’”, indicou o Departamento de Estado num comunicado, referindo-se a “uma forma inaceitável de assédio”.
Informações sobre os passaportes dos responsáveis norte-americanos terão sido divulgadas e “o fracasso do Governo sul-africano em deter os responsáveis vai ter graves consequências”, adverte o Departamento de Estado.
No início desta semana, a África do Sul expulsou sete quenianos que trabalhavam para o programa americano de realocação dos ‘afrikaners’.
“Relatórios dos serviços de informação indicaram que vários cidadãos quenianos entraram recentemente na África do Sul com vistos de turista e conseguiram ilegalmente emprego num centro que processa os pedidos dos chamados ‘refugiados’ para os Estados Unidos”, afirmam as autoridades sul-africanas.
De acordo com uma fonte próxima ao caso, os advogados do Departamento de Estado norte-americano consideram que os sete expulsos estavam autorizados a trabalhar no âmbito do seu visto.
Segundo o Departamento de Estado, alguns norte-americanos também teriam sido detidos brevemente, o que se “condena com a maior veemência”, lê-se no comunicado.
A África do Sul, por seu lado, declarou que nenhum responsável norte-americano foi detido durante as interceções dos sete quenianos, que não ocorreram num edifício diplomático.
A administração dos EUA boicotou uma recente cimeira do G20 em Joanesburgo, alegando - contra todas as evidências - que os ‘afrikaners’ estavam a ser “mortos e massacrados”, nas palavras do Presidente norte-ano,Donald Trump. E também não permitiu que os sul-africanos participassem na segunda e terça-feira na primeira reunião técnica sob a nova presidência rotativa norte-americana do G20.
Washington tem multiplicado os ataques contra Pretória desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca.