Segundo um balanço divulgado hoje pela Amnistia Internacional (AI), pelo menos 17 mil profissionais de saúde morreram de covid-19 em 2020 em todo o mundo.
"É uma tragédia e uma injustiça que, a cada 30 minutos, um profissional de saúde morra com covid-19. Trabalhadores em todo o mundo colocaram as suas vidas em risco para tentar manter as pessoas protegidas contra a covid-19, mas muitos foram deixados desprotegidos e pagaram o preço mais elevado", afirmou Steve Cockburn, especialista em Justiça Económica e Social da AI, citado nesta análise conduzida pela organização não-governamental (ONG) e realizada em parceria com a Public Services International e a UNI Global Union.
O trabalho de análise envolveu dados divulgados por Governos, sindicatos, imprensa e organizações da sociedade civil em mais de 80 países.
No entanto, as organizações admitem que os números serão, provavelmente, superiores, já que nem todos os Estados reuniram informação oficial ou só o fizeram de forma parcial.
Dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) portuguesa, divulgados na passada segunda-feira, indicaram que perto de 28 mil profissionais de saúde ficaram infetados com o vírus SARS-CoV-2 desde o início da pandemia de covid-19 em Portugal, dos quais 19 morreram e mais de 16 mil recuperaram
Perante o cenário global, e para proteger milhões de trabalhadores do setor da saúde em todo o mundo, as três organizações apelam a uma "ação urgente" para acelerar o processo de vacinação "de quem continua na linha da frente".
"É imperativo que os Governos deem prioridade a todos os profissionais de saúde da linha da frente nos planos de vacinação", reforçam, apelando igualmente a medidas urgentes para aumentar o fornecimento global de vacinas, nomeadamente mais investimento na capacidade de produção e mais partilha de tecnologias e conhecimentos por parte dos produtores.
Até agora, segundo mencionam, mais de metade das doses foram administradas em apenas 10 países considerados ricos (representando menos de 10% da população mundial) e mais de 100 países ainda não vacinaram uma única pessoa, entre os quais estão muitos países considerados mais pobres que devem receber os primeiros lotes de vacinas somente nas próximas semanas.
Lusa